Economia

Recuperação de grau de investimento leva em média 7,2 anos

Estudo realizado pela Itaú Unibanco aponta que os indicadores que influenciam nesse tempo são a relação dívida/PIB, a taxa de poupança e o nível de inflação


	Standard and Poor's: a agência de classificação de risco tirou o grau de investimento do Brasil
 (Eric Piermont/AFP)

Standard and Poor's: a agência de classificação de risco tirou o grau de investimento do Brasil (Eric Piermont/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2015 às 09h31.

São Paulo - Quando um país perde o grau de investimento - como aconteceu com o Brasil no último dia 9 ao ser rebaixado pela S&P -, o tempo médio para recuperar o selo de bom pagador é de 7,2 anos, segundo um estudo do Itaú Unibanco. Os principais indicadores que influenciam nesse tempo são a relação dívida/PIB, a taxa de poupança e o nível de inflação.

O estudo analisou os casos da Coreia do Sul, Indonésia, Eslováquia, Colômbia, Uruguai e Romênia, e aponta que existem dois padrões: o grupo 1, dos países que levam menos tempo para recuperar o grau de investimento (três anos), e o grupo 2, daqueles que demoram mais (dez anos).

Enquanto as taxas de crescimento nos anos subsequentes ao rebaixamento são parecidas nos dois grupos, uma diferença fundamental é a dívida bruta. Após o rebaixamento, todos os países analisados implementaram medidas de ajustes fiscal.

Porém, aqueles que já tinham uma dívida mais baixa promoveram um processo de austeridade mais lento e menos intenso, suficiente basicamente para estabilizar a relação dívida/PIB.

O grupo dos que demoraram mais para reconquistar o grau de investimento tinha uma dívida bruta média de cerca de 70% do PIB no ano do rebaixamento, nível próximo ao do Brasil atualmente (63%).

Nesse grupo, o ajuste fiscal foi mais rápido e intenso. "Esses países passaram de um déficit primário no ano do rebaixamento para um superávit logo no ano seguinte. A dívida bruta, nesse caso, aumentou em termos porcentuais do PIB no ano seguinte ao rebaixamento, mas foi recuando ao longo do tempo", aponta o estudo, assinado pela economista Julia Gottlieb. 

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