Economia

Receita prevê medidas tributárias até o final de setembro

O governo previu um aumento da alíquota de imposto de renda, de 15% para 18%, paga na fonte pela pessoa física ou jurídica que recebe os recursos


	Prédio da Receita Federal: de acordo com o coordenador de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli, todas os projetos de leis, medidas provisórias e propostas de emendas constitucionais deverão ser publicadas ou encaminhadas ao Congresso Nacional até o fim de setembro
 (Divulgação/Receita Federal)

Prédio da Receita Federal: de acordo com o coordenador de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli, todas os projetos de leis, medidas provisórias e propostas de emendas constitucionais deverão ser publicadas ou encaminhadas ao Congresso Nacional até o fim de setembro (Divulgação/Receita Federal)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 17h13.

Brasília - A Receita Federal ainda está preparando a minuta dos instrumentos legais que colocarão em prática as medidas tributárias anunciadas nesta segunda-feira, 14, pelos ministros da área econômica.

De acordo com o coordenador de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli, todas os projetos de leis, medidas provisórias e propostas de emendas constitucionais deverão ser publicadas ou encaminhadas ao Congresso Nacional até o fim de setembro.

Entre as medidas anunciadas estão mudanças na tributação sobre o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP). O governo previu um aumento da alíquota de imposto de renda, de 15% para 18%, paga na fonte pela pessoa física ou jurídica que recebe os recursos.

A ideia é mandar uma medida provisória com a mudança. Para vê-la implementada no ano que vem, porém, o Congresso Nacional tem que aprovar a MP até o fim do ano, já que alterações referentes ao Imposto de Renda só são válidas no ano seguinte à sanção da lei.

"A MP tem que ser convertida em lei ainda este ano para valer no ano que vem, se não seria só em 2017. A Constituição prevê essa limitação para o Imposto de Renda", afirmou a coordenadora da área de Imposto de Renda, Cláudia Lúcia Pimentel.

Outra mudança em relação ao JCP é a limitação do montante que as empresas podem abater no pagamento de IRPJ e CSLL.

Atualmente, as empresas podem descontar o equivalente à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobre o patrimônio líquido, ou seja, hoje 6,5% do PL. Com a mudança, esse porcentual continua sendo a TJLP, mas limitada a 5%.

Indústria Química

Outra medida foi a redução de benefício do PIS/Cofins para a indústria química, que paga atualmente alíquota de 3% dos dois tributos - normalmente é de 9,25%.

Para 2016, o benefício será reduzido pela metade e a alíquota sobe para 6,125%. Em 2017, o benefício para o setor acaba e a alíquota devida passa a ser a cheia.

Com a mudança, o governo extingue em 2019 um benefício que seria permanente. Criado em 2004 e ampliado em 2013, o regime especial para o setor duraria até 2018, quando a alíquota subiria para 6,125% e permaneceria assim por tempo indeterminado. A medida atinge grandes empresas petroquímicas, como a Braskem e a Petrobras.

Exportadores

Em relação ao Reintegra, programa que devolve parte dos tributos pagos aos exportadores, Mombelli disse que o que está sendo proposto é uma readequação das alíquotas, dado o cenário de aperto fiscal. "É para adequar à necessidade dos cofres públicos", completou.

Em 2016, assim como neste ano, a previsão era que os exportadores tivessem de volta 1% do faturamento com exportação de bens manufaturados. Para o ano que vem, porém, a alíquota foi reduzida ao mínimo permitido em lei, que é de 0,1%.

Também foi cortado o porcentual para 2017, que caiu de 2% para 1%, e de 2018, de 3% para 2%. A previsão é pagar a alíquota máxima de 3% a partir de 2019.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPolítica no Brasilreceita-federalSenado

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto