Em dezembro, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, já tinha antecipado à Agência Brasil que a expectativa era manter o ritmo da arrecadação mesmo com a crise (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 18h52.
Brasília - A secretária adjunta da Receita Federal, Zayda Bastos Manatta, avalia que o recorde de arrecadação de impostos e contribuições federais em janeiro não possibilita ainda uma projeção sobre a evolução do recolhimento dos tributos em 2012. No mês passado, a arrecadação federal atingiu R$ 102,57 bilhões, um recorde histórico, com crescimento real de 6,04% em comparação com janeiro de 2011. Em relação a dezembro do ano passado, a arrecadação teve um aumento de 5,57%.
“O mês de janeiro, por ser o primeiro do ano, não é uma base sólida para a gente fazer previsões para o comportamento da arrecadação durante o ano", disse Zayda. Embora considere prematuro fazer projeções, a secretária disse que a expecativa é que a arrecadação cresça durante 2012 em um patamar entre 4,5% e 5%.
Segundo ela, a elevação da arrecadação reflete vários fatores como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a formalização dos empregos, com o aumento das contribuições previdenciárias, por exemplo. O próprio salário mínimo, reajustado em janeiro para R$ 622, representa o aumento do consumo na renda das famílias, destacou Zayda. “E existe um conjunto de fatores e o comportamento da própria Receita Federal no sentido de recuperar créditos que deveriam ter sido buscados, mas não foram, para alavancar a arrecadação”, disse. A estimativa é que em 2012, só em arrecadações consideradas “atípicas” , incluindo as ações da fiscalização, entrem para os cofres do governo R$ 16 bilhões.
Em dezembro, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, já tinha antecipado à Agência Brasil que a expectativa era manter o ritmo da arrecadação mesmo com a crise.
Entre os fatores que influenciaram a arrecadação, em janeiro, estão o recolhimento atrasado do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bebidas e automóveis e o crescimento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de derivativos. Com essa operações, o recolhimentos aos cofres da União chegou a quase R$ 500 milhões.