Economia

Rebaixamento não gera urgência sobre Previdência, diz Eurasia

A avaliação da consultoria é que as repercussões políticas serão "mínimas" e não afetam a intenção de Henrique Meirelles de concorrer à Presidência

Meirelles durante entrevista em Brasília, dia 15/8/2017 (Adriano Machado/Reuters)

Meirelles durante entrevista em Brasília, dia 15/8/2017 (Adriano Machado/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 14h23.

Última atualização em 12 de janeiro de 2018 às 16h41.

São Paulo - O rebaixamento da nota soberana do Brasil de BB para BB- pela Standard & Poor's não vai gerar urgência na aprovação da reforma da Previdência, de acordo com a Eurasia.

A avaliação da consultoria é que as repercussões políticas serão "mínimas" e não afetam a intenção do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de concorrer à Presidência.

"Temos dificuldade de ver Meirelles como um candidato competitivo em 2018, mas isso é exclusivamente por causa da sua posição nas pesquisas e por ser muito associado à esta administração, não por causa de qualquer reação à decisão da S&P", diz o texto.

O corte da nota já havia sido indicado pela S&P antes, mas a Eurasia avalia que o "timing" foi uma surpresa.

A agência não quis dar o benefício da dúvida de que poderia haver uma aprovação na data marcada para o governo para votação, teoricamente em fevereiro.

A Eurasia segue avaliando que a chance de uma reforma da Previdência passar é de 30% e uma das razões para isso é justamente a força da retomada econômica. Uma prova disso foi a reação fraca dos mercados ao rebaixamento.

"O argumento feito na primeira metade de 2017 de que não conseguir aprovar a reforma das pensões levaria a um revés econômico capaz de reduzir as perspectivas de reeleição de legisladores centristas não soa verdadeira", diz o texto.

Mas segundo a Eurasia, o esforço de comunicação do governo pode não ter sido em vão ao trazer foco para a questão e portanto aumentar a chance de aprovação em 2019. Mas tudo depende de quem vai ganhar a Presidência, um risco também citado pela S&P ao justificar a decisão desta quinta-feira.

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