Primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Parlamento em Madri: ''O Banco Central Europeu tomou uma decisão muito importante, e o governo tem que estudá-la'' (Andrea Comas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 19h13.
Madri - O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou nesta segunda-feira que não pedirá ajuda à União Europeia (UE) até saber em que condições ela seria disponibilizada.
Em sua primeira entrevista à rede de TV estatal espanhola desde que chegou ao poder, há nove meses, o governante disse que está avaliando ''se convém ou não'' pedir a ajuda e se o país ''precisa ou não dela''.
Esta segunda ajuda se somaria a de até 100 bilhões de euros estipulada pelo organismo para o sistema bancário espanhol, muito afastado pelo estouro da bolha imobiliária.
''O Banco Central Europeu tomou uma decisão muito importante, e o governo tem que estudá-la'', declarou o presidente sobre o anúncio de que o BCE comprará títulos da dívida de países em dificuldade nos mercados secundários.
Rajoy acrescentou que as condições da ajuda não são impostas pelo BCE, mas sim a UE, e não quis falar sobre as ''linhas vermelhas'' que seu governo não ultrapassaria ao pactuar as condições de um pedido de ajuda ao fundo de resgate europeu. O líder espanhol também ressaltou que o mais importante é cumprir o objetivo de déficit público de 6,3% do PIB estabelecido para este ano.
O presidente do Governo espanhol negou que esteja negociando um rebaixamento nas prestações por aposentadoria. ''Se há algo que não tocarei, são as pensões. O aposentado é a pessoa mais indefesa, o que tem mais dificuldades, porque não vai sair para procurar um emprego aos 85 ou 90 anos'', explicou.
Desde sua chegada ao poder nas eleições de novembro de 2011, o Governo de Rajoy adotou uma série de medidas de ajuste com objetivo de reduzir o déficit.
Entre elas, a alta do IVA, a eliminação do pagamento de Natal para os funcionários público e a redução das prestações por desemprego. Na Espanha, a taxa de desemprego já chega a 25% da população ativa e a 50% entre os jovens.
O presidente do Governo afirmou que o importante é cumprir o objetivo de déficit público prometido, que é de 6,3% do PIB para este ano e até 2,8 em 2014.