Rajoy disse que as medidas que vão ser adotadas não afetarão o objetivo de déficit, situado este ano em 5,3% do PIB (Dani Pozo/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 06h31.
Madri - O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou hoje que o Conselho de Ministros aprovará na sexta-feira um novo decreto para sanear o sistema financeiro, e não descartou a contribuição de dinheiro público "em uma situação limite".
Em entrevista na emissora "Onda Cero", Rajoy afirmou que "não está decidido que vai haver dinheiro público nesta operação", mas "se isso for necessário para salvar o sistema financeiro não renunciaria" a fazê-lo, como ocorreu em outros países europeus e na Espanha no passado.
Rajoy destacou que um dos objetivos da reforma financeira é que se fixe o "preço real" dos imóveis nos balanços dos bancos, e que estes ativos imobiliários sejam vendidos, "embora percam dinheiro todos, promotores e bancos".
Mas afirmou que não é "partidário do banco ruim", que se encarregaria de tramitar os ativos imobiliários problemáticos dos bancos espanhóis afetados pela derrubada da bolha imobiliária.
Perguntado se o Governo estaria disposto a emprestar ou injetar dinheiro público para salvar a entidade financeira Bankia, insistiu em que sua "última intenção" seria dar esse passo, mas o Conselho de Ministros vai tomar "medidas importantes", que não quis detalhar, com o "objetivo fundamental de que não haja nenhuma dúvida sobre a solvência das entidades".
A intenção, segundo Rajoy, é que "não haja dúvidas, que haja clareza, e que os bancos possam se financiar fora da Espanha".
O presidente do Governo disse que as medidas que vão ser adotadas não afetarão o objetivo de déficit, situado este ano em 5,3% do PIB, e que segundo assegurou, "está encarrilhado".
Rajoy disse que a falta de crédito é "sem dúvida" um dos grandes problemas na Espanha, sobretudo para pequenas e médias empresas, autônomos e famílias.