Economia

Gastos no Black Friday anuncia fim de ano medíocre nos EUA

Compras em lojas e sites caíram 2,9 por cento para US$ 57,4 bilhões durante os quatro dias iniciados no feriado de Ação de Graças

Uma consumidora no Black Friday passa em frente a uma loja da Gap Kids dentro da Glendale Galleria em Glendale, Califórnia (Jonathan Alcorn/Reuters)

Uma consumidora no Black Friday passa em frente a uma loja da Gap Kids dentro da Glendale Galleria em Glendale, Califórnia (Jonathan Alcorn/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 17h37.

Nova York - O primeiro declínio nos gastos em um final de semana de Black Friday desde 2009 reforçou as projeções de um final de ano medíocre, aumentando as chances de que os varejistas estendam os grandes descontos que já estão prejudicando suas margens de lucro.

As compras em lojas e sites caíram 2,9 por cento para US$ 57,4 bilhões durante os quatro dias iniciados no feriado de Ação de Graças de 28 de novembro, segundo uma pesquisa encomendada pela Federação Americana de Varejo (NRF). Embora com 141 milhões de compradores, cerca de 2 milhões a mais do que no ano passado, o gasto médio por consumidor caiu 3,9 por cento para US$ 407,02, mostrou a pesquisa.

Os resultados do levantamento indicam a provável retomada de parte dos varejistas de descontos no estilo do Black Friday nesta semana e sugerem um maior estresse para várias cadeias. A Wal-Mart Stores Inc. e a Target Corp. já baixaram suas previsões de lucros após registrarem ganhos mornos nas compras da volta às aulas.

“Os varejistas não obtiveram o que queriam do Black Friday e eles precisarão compensar nas próximas três semanas”, disse Poonam Goyal, analista da Bloomberg Industries, em uma entrevista.

As lojas começaram as promoções do final do ano mais cedo desde o fim da última recessão em meados de 2009 – ainda em outubro – para tentar capturar as primeiras compras dos consumidores e encorajá-los a gastar mais dólares depois das grandes ofertas do dia. As vendas em novembro e dezembro representam entre 20 e 40 por cento da receita anual dos varejistas americanos e 20 por cento dos lucros, conforme a NRF, sediada em Washington.


Abrindo no Dia de Ação de Graças

Os varejistas também tentaram tomar o Black Friday – chamado assim pelo mito de que os varejistas não registravam lucros até o dia posterior ao Dia de Ação de Graças a cada ano – e estender seu poder de marketing aos dias próximos desta data. Neste ano, grandes cadeias como a J.C. Penney Co. e a Macy’s Inc. abriram pela primeira vez no Dia de Ação de Graças.

Tudo isso não persuadiu os compradores a gastarem muito mais, mas lhes deu a impressão de que as ofertas sempre estão disponíveis, disse Goyal. Essa impressão tornou as pechinchas por tempo limitado, associadas ao Black Friday, menos efetivas para fazer com que as pessoas comprem mais do que um item com fortes descontos.

Resultados da ShopperTrak

Em outra das leituras iniciais dos resultados, as vendas nas lojas físicas no Dia de Ação de Graças e no Black Friday registraram um ganho de 2,3 por cento para US$ 12,3 bilhões, segundo um relatório da ShopperTrak, a empresa de pesquisa sediada em Chicago. Os resultados se alinharam à previsão da ShopperTrak de uma alta de 2,4 por cento nas compras no feriado, a menor desde 2009.

A ascensão contínua do comércio eletrônico também pode ter mantido alguns compradores em casa. As vendas totais do comércio eletrônico alcançaram US$ 20,6 bilhões nos primeiros 29 dias desta temporada do final de ano, disse ontem a ComScore Inc. Tratam-se de 3,1 por cento acima do período entre 1 de novembro e o Black Friday do ano passado, mostraram dados da empresa de pesquisa. As cifras de 2013 incluem alguns dias extra de compras porque o Dia de Ação de Graças caiu mais tarde neste ano.

“Dezembro será um mês de muitas promoções para conseguir esses dólares de compras restantes”, disse Pam Goodfellow, diretora da Prosper Insights Analytics, a empresa de pesquisa que realizou o levantamento para a NRF. “Os varejistas serão muito agressivos”.

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