Economia

Queda nas exportações em janeiro é sazonal, diz MDIC

"Em todos os janeiros acontecem movimentos de menores exportações", disse secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho


	Contêiner para exportação: MDIC divulgou nesta segunda-feira que a balança comercial encerrou janeiro com o maior déficit da história, de US$ 4,057 bilhões
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Contêiner para exportação: MDIC divulgou nesta segunda-feira que a balança comercial encerrou janeiro com o maior déficit da história, de US$ 4,057 bilhões (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 15h46.

Brasília - O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, atribuiu à sazonalidade do mês de janeiro o resultado negativo da balança comercial no primeiro mês do ano.

"Em todos os janeiros acontecem movimentos de menores exportações", disse, atribuindo o movimento à entressafra agrícola e às férias coletivas das empresas. "A menor atividade econômica impacta as exportações", explicou.

O MDIC divulgou nesta segunda-feira, 03, que a balança comercial encerrou janeiro com o maior déficit da história, de US$ 4,057 bilhões.

As exportações somaram US$ 16,027 bilhões e as importações atingiram US$ 20,084 bilhões. A série histórica do ministério tem início em 1994.

Do lado das importações, segundo o secretário, há aumento no mês de janeiro, ligado à reposição de estoques. "O resultado desse equilíbrio é que tradicionalmente há déficit nos meses de janeiro."

Godinho destacou que janeiro foi o quarto mês consecutivo de crescimento das exportações brasileiras. O secretário comentou que a retomada do ciclo de investimento no Brasil impacta no aumento das importações. Ele argumentou que insumos e bens de capital, por exemplo, puxam o crescimento das importações.

Ele destacou que a venda externa de carne bovina in natura bateu recorde para meses de janeiro, com US$ 459 milhões no mês passado. Os principais mercados desse produto foram Rússia, Hong Kong, Venezuela e Irã.

A venda externa de celulose também foi recorde para meses de janeiro, com US$ 514 milhões e 990 mil toneladas. Nesse caso, os principais mercados foram China, Países Baixos, Estados Unidos e Itália. O secretário afirmou, mais de uma vez, que janeiro deste ano foi o quarto mês consecutivo de crescimento das exportações brasileiras.


Queda

Godinho também destacou a queda de 27,4% nas exportações de automóveis no mês passado. Segundo ele, a maior retração das vendas ocorreu para o México (88% menor que janeiro de 2013). As exportações de automóveis para a Argentina tiveram queda de 15%. Ele acredita que pode ter havido uma reprogramação dos embarques para o México.

Ele disse que também é cedo para avaliar se a retração das exportações de automóveis já reflete os problemas econômicos na Argentina. Par ao secretário, os dados de apenas um mês não podem ser usados para mostrar uma tendência.

O secretário de comércio exterior do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, evitou traçar um cenário para o comércio exterior brasileiro. Segundo ele, é difícil apontar alguma tendência neste momento. "Temos que esperar mais um pouco", disse.

Cenário

Segundo o secretário, a base da balança é muito pequena, de apenas um mês este ano, o que torna difícil traçar um cenário para o ano. Ele lembrou que janeiro é um mês com comportamento sazonal. "É muito difícil apontar para alguma tendência verificada e dizer que esse será o comportamento. Precisamos esperar o comportamento da economia como um todo e do comportamento do comércio exterior", afirmou.

Godinho disse que não teria como avaliar neste momento o impacto da desaceleração da economia chinesa e os problemas econômicos na Argentina. Ele lembrou que sua avaliação no início de janeiro era a de que as exportações em 2014 se mantivessem no mesmo patamar dos últimos três anos e de que haveria uma melhora na conta petróleo.

"Janeiro já indica melhora na conta petróleo. Houve aumento de produção, de exportação e redução de importações. Temos que esperar para ver", afirmou.

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