Economia

Queda dos preços das commodities deve persistir, diz CNA

"Diante do cenário econômico adverso, 2016 será desafiador para a agropecuária", trouxe o documento


	Cana de açúcar: "Diante do cenário econômico adverso, 2016 será desafiador para a agropecuária", trouxe o documento
 (Getty Images)

Cana de açúcar: "Diante do cenário econômico adverso, 2016 será desafiador para a agropecuária", trouxe o documento (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 11h47.

Brasília - Além dos problemas econômicos e políticos que o Brasil atravessa, a queda dos preços internacionais de commodities tem prejudicado o desempenho dos países exportadores desses produtos e este cenário deve permanecer ao longo de 2016.

Esta é a perspectiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para o ano que vem, conforme material distribuído nesta quinta-feira, 10, a jornalistas em Brasília.

"Diante do cenário econômico adverso, 2016 será desafiador para a agropecuária", trouxe o documento.

Está prevista para daqui a pouco entrevista com o presidente da instituição, João Martins, sobre o balanço de 2015 e as perspectivas para 2016 do setor agropecuário.

"Destacamos que o Brasil passa por um momento difícil pela conjugação de fatores econômicos adversos, como a retração da economia, índice de inflação ultrapassando a meta imposta pela autoridade monetária e desvalorização cambial intensa", revela o informativo da CNA.

Para a entidade, a inflação deve se acomodar em níveis aceitáveis a partir de meados de 2016, mas desde que o governo federal executar as medidas de política fiscal contracionista para refrear a inércia inflacionária iniciada nos últimos trimestres.

Para o câmbio, a expectativa da instituição é de uma nova desvalorização do real a partir do momento que o governo americano decidir subir os juros básicos de sua economia.

"Este fato está trazendo grandes incertezas nos mercados em relação à resposta que o próprio mercado dará a esta elevação e os impactos em toda a economia mundial", escreveram os técnicos da CNA.

A Confederação ressaltou também que uma valorização elevada do dólar deverá "causar estragos" para o financiamento e o endividamento de empresas, produtores rurais endividados na moeda norte-americana ou no comportamento dos preços dos insumos para a safra 2016/17, que em sua maioria sofrem influência do câmbio.

Preocupações

João Martins disse ter preocupação com momento político e com desagregação econômica do País. Além disso, ressaltou não ser bom para a atividade rural estar com o "carimbo" de que sustenta a economia do País.

"Isso é uma responsabilidade muito grande e também é injusto com o País todo", disse, durante pronunciamento em evento na sede da instituição, em Brasília.

Conforme o presidente, 2016 deve trazer para o setor momentos de incertezas até sobre as condições de a produção doméstica continuar competitivo no mercado global.

"Estamos vivendo agora um momento extremamente delicado e não concordamos com procedimentos que estão levando País ao caos", afirmou.

Martins disse que há previsões, inclusive, de descontrole cambial, o que gera impacto diretamente sobre o setor.

Valor bruto

O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária será de R$ 529,9 bilhões em 2016, segundo estimativa apresentada pela CNA.

O resultado corresponde a um aumento de 2,7% em comparação com as estimativas para este ano.

"Em 2016, o crescimento mais moderados das economias mundiais deve dar o tom de estabilização do consumo de commodities, principalmente na China, os estoques de passagem estão em relativa normalidade e não há grandes riscos de ruptura para quedas na produção", descreveu o informativo da entidade.

A CNA ressaltou também que as cotações de commodities no mercado internacional devem continuar sendo pressionadas negativamente.

Conforme a entidade, haverá um aumento de 3,7% do faturamento bruto dos produtos agrícolas no ano que vem, atingindo R$ 328,8 bilhões.

Este resultado, segundo a CNA, se dá pelo crescimento robusto no faturamento do café (9,5%) e da cana-de-açúcar (9,7%), e crescimentos mais modestos para arroz (0,9%), feijão (1,4%), milho (1,5%), soja (4%) e trigo (2,2%).

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