EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.
ao invés de direcionar recursos para o crédito como o governo espera. A reação dos bancos vai depender do comportamento da economia, avaliam os analistas.
É preciso entender que a medida resolve o problema de um lado porque disponibiliza mais recursos para os bancos, mas não garante a demanda pelo crédito , diz Nelton Rosa, economista-chefe da Sul-America Investimentos. Sem demanda, os bancos podem acabar direcionando os recursos para outras operações. Na avaliação de Rosa, o consumidor vai precisar ficar mais seguro em relação ao emprego e a renda antes de voltar ao crédito. A medida deve ter efeito sobre a economia apenas no final do ano , diz Rosa. E se for associada ao corte efetivo da Selic poderá representar a volta do crescimento no próximo ano.
Repercussão
O efeito político da decisão se espalhou pelo mercado. A maioria das entidades empresariais elogiou a decisão do BC, mas pediu mais. A medida atende ao nosso insistente pleito e confirma a existência de espaço para relaxamento adicional da política monetária sem prejuízo do controle da inflação , disse Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em nota oficial. É por isso que acreditamos que essa medida será acompanhada por nova queda dos juros, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Desta vez, em ritmo condizente com o momento recessivo pelo qual atravessa a economia.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, o Banco Central poderia ter adotado a medida há mais tempo. A iniciativa chega com atraso , disse Monteiro Neto em nota divulgada pela CNI. Espera-se agora que o governo adote outras soluções que permitam continuar a flexibilização da política monetária do país.
Entre os mais otimistas está a Federação Nacional dos Bancos (Febraban). Para a entidade, a queda do compulsório vai ser seguida pela queda das taxas de juros para o consumidor final e gerar um efeito positivo na economia: elevar a demanda de crédito para o consumo e para o investimento, estimulando a produção, a ampliação da oferta de emprego e também a elevação da renda.