Colheita de soja: "Tem que renovar o fôlego em cima de novidades do processo (político) mesmo", disse um gestor (Camila Domingues/Palácio Piratini)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2016 às 13h52.
São Paulo - A Bovespa perdia o fôlego e recuava no fim da manhã desta segunda-feira, em meio à queda de commodities, enquanto investidores repercutem eventos do fim de semana à espera de novos desdobramentos na cena política, principalmente ligados ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Às 11:26, o Ibovespa caía 0,5%, a 49.389 pontos. Na máxima do pregão até o momento, o principal índice de referência do mercado acionário brasileiro atingiu 50.165 pontos, em alta de 1%.
O volume financeiro era de 1,7 bilhão de reais.
Profissionais do mercado de renda variável destacam que, embora a perspectiva de mudança na cena política sustente expectativas favoráveis para a economia, o cenário de ruptura política traz volatilidade aos ativos. E o recuo dos preços de matérias-primas motiva alguma realização de lucros nesta sessão.
"Tem que renovar o fôlego em cima de novidades do processo (político) mesmo", disse um gestor.
Manifestações em todo o Brasil contra o governo que reuniram milhões de pessoas no domingo e o "aviso prévio" dado pelo PMDB durante sua convenção nacional no sábado colocaram combustível no processo de impeachment, que deve voltar a andar nesta semana depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisar os recursos ao rito definido pelos ministros da corte.
Para o Credit Suisse, o cenário doméstico segue como fator dominante, conforme nota da sua mesa de negociação distribuída a clientes, citando principalmente eventos políticos no radar.
Estrategistas do Bank of America Merrill Lynch elevaram nesta segunda-feira a recomendação do Brasil para "overweight" em sua carteira de ações da América Latina, citando entre os motivos chances maiores de um novo equilíbrio político.
DESTAQUES - PETROBRAS tinha as ações preferenciais em queda de 3,83%, com o declínio dos preços do petróleo amparando uma realização de lucros após os papéis avançarem por 10 pregões consecutivos.
- VALE mostrava as preferenciais de classe A com recuo de 1,38%, afetadas pela nova queda dos preços do minério de ferro na China <.IO62-CNI=SI>.
- BRADESCO e BANCO DO BRASIL subiam 2,2 e 2,11%, amparados por melhora na recomendação pelo Bank of America Merrill Lynch, em sessão positiva no setor, com ITAÚ UNIBANCO ganhando 0,53%.
- USIMINAS PNA desabava 5,45%, após subir quase 10% na máxima, no primeiro pregão após o Conselho de Administração aprovar proposta de aumento de capital. "Considerando a situação extrema, com o caixa prestes a esgotar, recebemos bem o anúncio, que foi menor que o necessário mas um passo na direção certa que fez com que a Usiminas comprasse tempo", disse o BTG Pactual em nota a clientes - CEMIG caía 3,51%, entre as maiores baixas do Ibovespa. O UBS cortou a recomendação para o papel para "venda", enquanto reduziu o preço-alvo de 8 para 6,50 reais.
- ECORODOVIAS subia 2%, após a diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizar a captação de empréstimo de longo prazo junto ao BNDES no valor de 882 milhões de reais pela Eco101, concessionária do grupo.
- BRASKEM avançava 3,2%, tendo como pano de fundo a alta do dólar frente ao real e com reportagem do Valor Econômico no radar, segundo a qual cresceu a lista de interessados na compra da participação da Petrobras na petroquímica.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE e FIBRIA subiam 1,89 e 2%, respectivamente, com a valorização do dólar dando suporte para alguma recuperação dos papéis, que figuravam na ponta positiva do Ibovespa.
Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em (Por Paula Arend Laier; Edição de Priscila Jordão)