A queda de 11% na produção de veículos é a maior desde dezembro de 2008 (38,8%), quando o país sentiu os primeiros efeitos da crise financeira no mercado doméstico (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 12h12.
Rio de Janeiro – Com a desaceleração da economia no país, o setor industrial dá sinais de acomodação, que se refletem na queda de 2% da produção industrial brasileira de agosto para setembro, como indica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Divulgada hoje (1º), a Pesquisa Industrial Mensal aponta a queda de 11% na produção de veículos automotores como a principal responsável pelo recuo do setor. É a maior queda desde dezembro de 2008 (38,8%), quando o país sentiu os primeiros efeitos da crise financeira no mercado doméstico.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, por causa dos estoque elevados, as montadoras concederam férias coletivas aos funcionários, o que impactou também na produção de caminhões — no ramo de bens de capital, que constituem ativos (investimentos) das empresas.
Macedo acrescentou ainda que o aumento de estoques também foi percebido em outras áreas, contribuindo para o recuo acentuado do setor no mês. Reflete uma demanda menor do mercado interno e a substituição de produtos nacionais por importados, desde calçados a eletrônicos.
"Essa formação de estoques indesejados também explica muito o comportamento moderado que o setor industrial vinha mostrando nos últimos meses e acentua o ritmo de queda em setembro", reforçou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal.
Na pesquisa, o IBGE indica que a produção da indústria está em diminuição desde outubro de 2010. Depois de uma alta de 1,3% nos primeiros três meses do ano, caiu 0,6% no segundo trimestre de 2011 e mais 0,8% entre julho e setembro, no terceiro trimestre.
Em setembro, 16 dos 27 ramos pesquisados diminuíram a produção. Além dos veículos, o IBGE destaca a queda de 13,6% na produção de materiais eletrônicos, aparelhos e equipamentos de comunicação, de 4,1% em máquinas e equipamentos e de 6% em máquinas, aparelhos e materiais elétricos.