Economia

Queda na confiança dos empresários é temporária, diz Fiesp

Pesquisa publicada com exclusividade pelo site EXAME aponta redução em todos os indicadores de confiança, mas nenhum atingiu o grau de pessimismo

Fiesp prevê aumento do otimismo nos próximos meses (.)

Fiesp prevê aumento do otimismo nos próximos meses (.)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2010 às 09h20.

São Paulo - A confiança do empresário paulista seguiu a acomodação da economia e recuou em julho. O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP), obtido com exclusividade pelo site EXAME, passou de 65,1 pontos em junho para 60,4 pontos no mês passado, uma queda de 4,7 pontos (7,22%).

ICEI-SPTotalPequenaMédiaGrande
Jun/1065,166,761,866,4
Jul/1060,464,959,857,6
Fonte: Fiesp | Elaboração: EXAME.com

 

"Esse resultado é uma acomodação natural após um início de ano com dados muito positivos da economia", diz Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Houve antecipação de consumo no primeiro trimestre por causa da redução do IPI em alguns setores."

Além disso, Francini lembra que a Copa do Mundo atrapalhou a produção industrial em junho, mas o crescimento da renda, do emprego e do crédito garante a retomada no segundo semestre.

A pesquisa é dividida em duas áreas: condições atuais e expectativas. O resultado é menor na primeira (55,9 pontos) do que na segunda (62,6), embora ambas estejam no patamar de otimismo (acima de 50 pontos).

Condições AtuaisTotalPequenaMédiaGrande
Jun/1061,460,658,364,4
Jul/1055,959,853,455,1
Fonte: Fiesp | Elaboração: EXAME.com

 

ExpectativasTotalPequenaMédiaGrande
Jun/1066,869,863,567,1
Jul/1062,667,463,058,9
Fonte: Fiesp | Elaboração: EXAME.com

 

Em resumo, segundo Francini, os indicadores oscilaram entre 55 e 65 pontos, indicando que a atividade industrial ainda tem perspectivas de expansão no curto e no médio prazo.

O diretor da Fiesp diz que o aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC) desde abril não esfriou o ânimo dos empresários. "No final das contas, tinha razão quem defendia que a inflação era pontual no começo do ano e, portanto, que a alta dos juros era desnecessária", afirma Francini. "O spread bancário já é tão elevado que uma elevação pequena da Selic terá pouco impacto no consumo."

Sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, Francini espera que o Banco Central tenha "bom senso" e não aumente os juros: "Se a ata do Copom fosse sincera, o BC teria pedido desculpas pelos erros nas reuniões anteriores", diz o diretor da Fiesp.
 

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