Aço e alumínio: EUA compraram quase metade das exportações brasileiras, mas tarifas de Trump podem afetar vendas (Mandel Ngan/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 7 de abril de 2025 às 17h05.
Última atualização em 7 de abril de 2025 às 17h27.
Nos primeiros três meses deste ano, os Estados Unidos foram responsáveis por comprar quase metade da produção brasileira de aço e alumínio. Até março, o Brasil vendeu US$ 1,52 bilhão para os EUA, o equivalente a 47% das exportações para o mundo inteiro (US$ 3,2 bilhão). Agora, esse volume está na mira do presidente americano, Donald Trump, que implementou uma tarifa de 25% para esses produtos.
Os dados de aço, alumínio e produtos dessas categorias que podem ser afetados pela decisão de Trump foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
As tarifas sobre o aço foram anunciadas antes das taxas gerais — nesse caso, o Brasil será taxado em 10%. Essa tarifa específica entrou em vigor em março.
Em quilos, foram exportadas para o mundo 2.946.254.171 entre janeiro e março de 2025, um aumento de 3,9% em relação ao ano anterior. A venda para os EUA representou 70% desse volume.
Na última sexta-feira, os dados da Balança Comercial mostraram que as importações brasileiras de produtos dos Estados Unidos cresceram 17,6% no mês de março (US$ 3,53 bilhões). Porém, de acordo com os dados, o volume de exportações apresentou queda de 13,3%, somando US$ 3,27 bilhões.
Mas mesmo com a queda geral das exportações para os EUA, o aço ainda se manteve em alta. As exportações brasileiras de produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço cresceram 23,9% em março, totalizando US$ 372,66 milhões.
Durante a entrevista de divulgação dos dados da balança comercial, Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foi questionado se esse aumento poderia estar relacionado a uma corrida para antecipar os embarques antes da vigência das tarifas anunciadas pelos EUA. Ele afirmou que é um comportamento comum.
— Não posso fazer essa afirmação, mas posso afirmar que é um comportamento comum no comércio internacional quando se anuncia alguma medida. É um comportamento esperado, agora se foi diretamente relacionado aí talvez o próprio setor possa responder.
O setor automotivo também foi taxado por Trump, mas o impacto tende a ser menor. O Brasil exportou, neste ano, o equivalente a 12% de suas vendas ao exterior para os Estados Unidos. Em relação às exportações para o mundo todo, foram US$ 1,2 bilhão exportados, alta de 11,2% em relação a março de 2024.