Economia

Em 2020, haverá mais pessoas com celular que com luz e água

Ninguém imaginava que, desde a chegada no ano 2000 do primeiro telefone celular com câmera, o impulso chegasse a tal ponto


	Celular: dispositivo será mais popular que carros em breve
 (OcusFocus / ThinkStock Images)

Celular: dispositivo será mais popular que carros em breve (OcusFocus / ThinkStock Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2016 às 07h05.

Bogotá – Os dispositivos móveis estão ganhando a batalha: sua proliferação no mundo foi tal que em 2020 o número de pessoas que terá pelo menos um deles será maior que o que contará com eletricidade, água potável e automóveis, segundo as últimas previsões da empresa de tecnologia Cisco.

Os usuários de dispositivos móveis, incluindo os "phablets" (híbrido entre telefone e tablet), chegarão naquele ano aos 5,4 bilhões, 70% da população estimada para esse ano, indica o estudo "Visual Networking Index - Global Mobile Data Traffic Forecast", publicado recentemente pela empresa da Califórnia (Estados Unidos).

O número é superior às projeções internacionais sobre o acesso a alguns serviços públicos, como eletricidade (5,3 bilhões) e água potável (3,5 bilhões), ou de outros bens de consumo como os automóveis (2,8 bilhões), segundo a companhia.

A Cisco calcula que em cinco anos haverá 11,6 bilhões de celulares, dispositivos e conexões, incluindo 8,5 bilhões de telefones pessoais, frente a 7,9 bilhões em 2015. Deles, 67% serão "inteligentes", contra 36% em 2015.

Ninguém imaginava que, desde a chegada no ano 2000 do primeiro telefone celular com câmera, o impulso chegasse a tal ponto que, como prevê a Cisco, sejam em cinco anos os principais responsáveis da maior quantidade do tráfego na internet, com 72% do total.

Por regiões, a América do Norte vai continuar liderando em 2020 o maior número de conexões através de móveis (com 95% de seus registros), seguida de perto pela Europa Oriental (86%), Europa Ocidental e Central (84%), Ásia e Pacífico (72%), América Latina (70%) e Oriente Médio e África (52%).

Esse aumento da cobertura móvel e da demanda por conteúdo nessas plataformas impulsionarão também um crescimento dos usuários duas vezes mais rápido que o da população mundial até 2020, segundo a companhia.

"A mobilidade é o meio predominante que está permitindo a transformação digital global", destacou em comunicado Doug Webster, vice-presidente de Marketing para Provedores de Serviços da empresa americana.

A isso é preciso se somar que, segundo indica o relatório, os smartphones, os computadores portáteis, os tablets e os "phablets" serão os que vão dominar com 98% o eventual tráfego móvel de internet.

Uma troca digital que crescerá a níveis nunca vistos com tantos celulares, 120 vezes mais que em 2010, e que atingirá 366,8 exabytes, equivalentes a 81 trilhões de fotos de Instagram ou 7 trilhões de vídeos de YouTube, frente aos 44,2 exabytes de 2015.

Também vai implicar que em cinco anos o tráfego móvel crescerá duas vezes mais rápido que o fixo IP, ainda bastante difundido no planeta.

O que não vai acontecer tão depressa é uma multiplicação por igual do tráfego móvel em todos as regiões do mundo, já que depende de sua capacidade econômica e de redes eficazes para abrigá-los.

Os que liderarão serão Oriente Médio e África, segundo as previsões, ao aumentar em 15 vezes o tamanho de seu fluxo de dados. Vão segui-los Ásia e Pacífico, com 9 vezes; Europa Central e América Latina, com 8; e Europa Ocidental e América do Norte, com 6.

A velocidade também será um elemento que apresentará uma explosão exponencial nas redes móveis, pois, segundo o estudo, aumentará 3,2 vezes a partir deste anos (2,0 Megabits por segundo) para (6,5 Mbps) em 2020, graças às redes 4G, cujo tráfego crescerá 13 vezes nesse período.

É o mesmo caso da atividade de gravar em vídeo com a ajuda dos celulares, que terá um índice mais alto de avanço que qualquer outro aplicativo e para o qual se prevê que em cinco anos centre 75% do tráfego mundial de dados.

Os especialistas preveem, além disso, um grande impacto em médio prazo da convergência de tecnologias, como a tendência à conexão à rede de todos os dispositivos que rodeiam o ser humano e acessórios como relógios inteligentes e óculos especiais, além de sensores e o avanço da robótica.

Perante isso, Webster pediu para se encarar com a segurança de que esses "avanços de 'internet das coisas' - rede de objetos cotidianos interligados - continuarão se transformando em benefícios tangíveis para as pessoas, os negócios e as sociedades".

Os usuários demandam cada vez mais vídeos de alta resolução, mais largura de banda e processadores rápidos, o que também obrigará a um aumento do uso de dispositivos com tecnologias de quarta geração (4G), segundo a Cisco.

Assim, esta onda de usuários móveis, dispositivos inteligentes, vídeo e redes 4G aumentará oito vezes o volume do tráfego de dados móveis nos próximos cinco anos. Definitivamente, outra explosão tecnológica. EFE

Acompanhe tudo sobre:3G4GÁguaAutoindústriaCarrosCelularesEletricidadeIndústria eletroeletrônicaInternet móvelSmartphonesTelefoniaVeículos

Mais de Economia

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi