Pré-Sal: área original de Carcará foi descoberta por um consórcio cuja operadora era a Petrobras, em regime de concessão, e ainda está em fase exploratória (wanfahmy/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2017 às 14h44.
Rio de Janeiro - A petroleira brasileira Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) planeja participar da licitação da área adjacente à descoberta de Carcará, na Bacia de Santos, na 2ª Rodada do pré-sal, para não ser diluída na sociedade do ativo, afirmou nesta quinta-feira o presidente da companhia, Lincoln Guardado.
O executivo explicou que a empresa tem o interesse de participar do leilão como parte de um consórcio. Entretanto, ainda aguarda mais informações sobre o certame, que ainda não tem uma data marcada, embora esteja previsto para este ano.
"A nossa ideia, e eu posso dizer isso francamente, é que a gente não fosse diluído... a gente gostaria de manter esses 10 por cento (de participação em Carcará)", disse Guardado, em uma teleconferência com analistas de mercado sobre os resultados da empresa em 2016.
A parcela do prospecto de petróleo de Carcará que vai a leilão tem 2,2 bilhões de barris de petróleo "in situ", o que indica uma reserva gigante, na avaliação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A área original de Carcará foi descoberta por um consórcio cuja operadora era a Petrobras, em regime de concessão, e ainda está em fase exploratória.
A licitação da outra parte da reserva será necessária porque uma fatia de Carcará ultrapassa os limites do contrato de concessão para uma área da União no pré-sal.
A petroleira estatal vendeu recentemente 66 por cento da parcela do bloco em que está a área de Carcará já licitada por 2,5 bilhões de dólares para a norueguesa Statoil.
Em declarações recentes, o presidente da Statoil, Pål Eitrheim, disse ter interesse em participar do certame.
A QGEP teve lucro líquido de 152,9 milhões de reais em 2016, ante 93,6 milhões de reais no ano anterior. Já a receita líquida em 2016 totalizou 476,5 milhões de reais, queda de 4 por cento quando comparada aos 496,2 milhões de reais em 2015.
Ao publicar seu balanço, a empresa anunciou um adiamento para o início do Sistema de Produção Antecipada (SPA) no campo de Atlanta, na Bacia de Santos, para o início de 2018.
O início da produção, que chegou a ser previsto para 2016, foi adiado já algumas vezes devido à necessidade de adaptações na plataforma, segundo a empresa.
A entrega da unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo (FPSO, na sigla em inglês), que terá capacidade de produção de 30 mil barris por dia, pela norueguesa Teekay Offshore Partners L.P, está prevista agora para o último trimestre deste ano.
A petroleira brasileira prevê iniciar a produção em Atlanta com 20 mil barris de petróleo por dia, por meio de dois poços já perfurados. Estimativas da empresa apontam para um "break-even" (ponto de equilíbro) de 45 dólares/barril o Brent.
Um terceiro poço poderá ser perfurado, dependendo do cenário do mercado, e a capacidade de produção média aumentada para 30 mil bpd. Nesse caso, segundo executivos da empresa, o "break-even" poderia cair para entre 35 e 37 dólares/barril.