Putin: presidente russo afirmou em dezembro que a saída da crise demoraria dois anos anos, mas nesta quinta-feira disse que "talvez" possa acontecer mais rápido (Alexei Druzhinin/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2015 às 09h52.
Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que a economia do país "superou o pico das dificuldades provocadas pelas sanções, relacionadas com o conflito ucraniano, e pela queda do preço do petróleo.
Em uma entrevista exibida por um canal de televisão, Putin foi questionado sobre a valorização de 40% do rublo desde o início de março e afirmou: "Os analistas dizem que superamos o pico dos problemas no setor bancário e nas empresas".
O presidente russo afirmou em dezembro que a saída da crise demoraria dois anos anos, mas nesta quinta-feira disse que "talvez" possa acontecer mais rápido.
A forte desvalorização do rublo em dezembro provocou uma grave crise econômica na Rússia, a maior dos 15 anos de Putin no poder. Para 2015, o governo prevê uma contração de 3% do PIB.
Desde o início de março, a moeda russa registra uma valorização em comparação com o dólar e na quarta-feira voltou a ser negociado abaixo dos 50 rublos pela primeira vez desde novembro. Com o cenário, as autoridades esperam uma crise menos agressiva do que o previsto.
Nesta quinta-feira, um dólar era negociado a 49,6 rublos. Em dezembro, a cotação chegou a 80 rublos.
O euro também registrava queda, a 52,85 rublos, o menor nível desde novembro.
Ao comentar as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia por seu papel no conflito no leste da Ucrânia, Putin considerou "pouco provável uma retirada porque esta é uma questão política".
Neste sentido, denunciou uma estratégia que pretende "conter o desenvolvimento" do país.
O presidente russo admitiu que as sanções têm um impacto negativo para as famílias, já que provocaram uma inflação maior.
Mas Putin afirmou que a Rússia deve "aproveitar as sanções para alcançar novas fronteiras de desenvolvimento e corrigir sua política econômica".
Ele citou a substituição das importações por produtos locais e afirmou que o setor da agricultura foi "saneado".