Economia

PT propõe comprar debêntures de infraestrutura para acelerar recuperação

Economista do partido apresentou propostas “emergenciais” e de médio prazo para um eventual governo do PT durante o Exame Fórum

O economista Ricardo Carneiro no EXAME Fórum 2018
 (Germano Lüders/Exame)

O economista Ricardo Carneiro no EXAME Fórum 2018 (Germano Lüders/Exame)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 17h03.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 21h31.

São Paulo – O professor da Unicamp e membro da equipe econômica do Partido dos Trabalhadores (PT) Ricardo Carneiro apresentou o projeto emergencial do partido, com medidas para tirar a economia do buraco no curto prazo: renegociação das dívidas de pessoas físicas (proposta semelhante à de Ciro Gomes) e financiamento de iniciativas do setor privado na área de infraestrutura usando cerca de 10% das reservas nacionais (30 bilhões de dólares).

A ideia é montar um fundo de investimento de infraestrutura com o dinheiro da reserva, segundo explicou Carneiro durante o EXAME Fórum 2018 nesta segunda-feira (3). A quantia seria aplicada em debêntures de infraestrutura que já estão no mercado. Os títulos seriam subscritos por um prazo médio de 30 meses, segundo o economista.

Além das medidas emergenciais, o economista também reforçou as prioridades econômicas do governo no médio e longo prazo: uma atuação efetiva do Estado na distribuição de renda e incentivo aos investimentos estratégicos.

“Não queremos defender a distribuição de renda aumentando a carga tributária, mas mudando a composição da tributação e do gasto”, explicou. “Trocar a tributação dos mais pobres pela dos mais ricos é programático. É consenso e, se ganharmos, vamos fazer”.

Carneiro participou ainda de uma entrevista conduzida pelo diretor editorial de EXAME, André Lahóz Mendonça de Barros, e foi questionado sobre a validade do programa. Seria o mesmo programa, não importa se sob Luiz Inácio Lula da Silva ou sob Fernando Haddad?

“O PT é um partido com vida partidária. Há, de fato, uma construção democrática do programa. Isso não quer dizer que não haja diferença, nuance entre uma pessoa e outra. Mas há um processo de construção coletiva do qual o candidato não pode escapar”, resumiu.

Veja a entrevista de Ricardo Carneiro no EXAME Fórum 2018:

https://youtu.be/e5saTlNlmVU

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