"Paulo Guedes não concorda com mais desidratação, só quer hidratação", disse Frota (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de julho de 2019 às 07h55.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 13h50.
Brasília — O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, deve decidir hoje se vai apresentar ou não destaques na votação do relatório da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara que analisa mudanças nas regras de aposentadoria.
O coordenador da bancada do PSL no colegiado, deputado Alexandre Frota (SP), afirmou que o presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PE), solicitou que a legenda não apresente qualquer pedido de alteração ao texto e que a questão está fechada. "Paulo Guedes não concorda com mais desidratação, só quer hidratação", disse Frota.
Até a última sexta-feira o partido ainda estudava atender a uma demanda da chamada "bancada da bala" para afrouxar a regra de transição, o pedágio e a regra permanente para servidores da segurança pública nos Estados. Cerca de 40% dos deputados do PSL são oriundos da área de segurança. "Game over sobre destaques. Segurança pública teria R$ 20 bilhões a menos (na economia esperada). Não dá", afirmou Frota.
O líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse que será realizada uma reunião na noite desta segunda-feira para bater o martelo sobre a questão. Mas, de acordo com ele, há uma tendência a seguir a recomendação de Bivar.
A apresentação de destaques ao texto apresentado pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) poderia atrasar ainda mais a tramitação da reforma na Câmara. A ideia inicial era que o relatório tivesse sido votado na Comissão Especial na semana passada, para chegar ao plenário já nesta semana. Mas ainda há deputados pedindo mudanças no texto.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta fechar um acordo com todas as legendas a favor da reforma para que nenhuma delas apresente destaques na Comissão Especial, para garantir a aprovação da medida.
Maia se reúne com governadores amanhã pela manhã para ainda tentar a inclusão de Estados e municípios no texto. A leitura do voto complementar do relator, Samuel Moreira, está prevista para o início da tarde da terça-feira.
O plano de Maia é votar o texto no plenário ainda antes do início do recesso parlamentar, no próximo dia 18. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Caso o PSL desista de apresentar o destaque que abranda as regras para aposentadoria de servidores da segurança pública nos Estados e municípios, o líder da bancada da bala, Capitão Augusto (PL-SP), vai assumir a tarefa, mas a apresentação será feita só na fase de plenário.
Ele disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que pediu ao seu partido que reserve um dos dois destaques aos quais a legenda tem direito para que ele possa apresentar sua demanda. "Fiquei surpreendido, estava confiante de que o PSL iria apresentar", disse Augusto. O outro destaque do PL será sobre educação.