Presidente Dilma Rousseff: oposição reage à anúncio de privatizações (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2012 às 22h18.
Brasília - O presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, convidou a presidente Dilma Rousseff a se filiar a seu partido depois da divulgação do plano de concessões de rodovias e ferrovias, anunciado pelo governo federal na quarta-feira. Ele disse que a nota do PSDB, no qual o partido cumprimentou a presidente da República por aderir às privatizações, poderá estimular Dilma a continuar nessa rota.
"Quem sabe um dia ela se filia ao PSDB. FHC abonaria", escreveu Marcus Pestana no microblog Twitter, nesta quinta. Ainda na quarta-feira, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), defendeu a concessão de rodovias e ferrovias como um dos caminhos para acelerar os investimentos em infraestrutura. Ele só lamentou a demora da iniciativa do governo petista. Disse que, por isso mesmo, a curto prazo nem as medidas tomadas pela presidente iriam atenuar "o decepcionante" crescimento do PIB brasileiro.
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) negou que o governo esteja fazendo privatizações ao lançar o pacote de concessões de rodovias e ferrovias. "Este é um governo que não privatiza e não vende nada para fazer caixa", declarou Gilberto, repetindo o discurso da presidente Dilma. "Ao contrario, mostra que é um governo que não privatiza. É um governo que acelera o processo de crescimento do País", completou.
Ataques - Logo depois que falou de sua convicção de que a presidente Dilma poderá se filiar ao PSDB - com o abono da ficha pelo ex-presidente Fernando Henrique, que a elogiou pelo enfrentamento com os grevistas -, o deputado Marcus Pestana foi atacado por petistas e por defensores do governo, como o ator José de Abreu (o Nilo da novela Avenida Brasil). Pestana respondeu: "O problema do PT é a hipocrisia e falta de autocrítica. Não querem assumir que nosso diagnóstico e estratégia estavam certos".
Pestana continuou a provocar. Disse que o ex-presidente Lula gabou-se de que iria ensinar o ex-presidente norte-americano George W. Bush a lidar com a crise, oferecendo-lhe a fórmula do Proer (programa de salvação dos bancos brasileiros) de Fernando Henrique Cardoso. José de Abreu acabando cedendo aos argumentos do tucano, a princípio, mas fechou a resposta com outra ironia: "Uma coisa é privatização (ok, vai, concedo essa), outra coisa foi `A Privataria Tucana" - nome de um livro escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, que trata das privatizações feitas durante o governo de FHC. O ex-governador José Serra o qualificou de "lixo".