Economia

Protesto contra “austeridade” do BCE deve reunir milhares

Manifestação evidencia insatisfação com a poderosa instituição que tem procurado distanciar-se das disputas políticas na zona do euro


	Ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis: ele criticou na semana passada a política do BCE em relação à Grécia, qualificando-a de "asfixiante"
 (Kostas Tsironis/Reuters)

Ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis: ele criticou na semana passada a política do BCE em relação à Grécia, qualificando-a de "asfixiante" (Kostas Tsironis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 09h56.

Frankfurt - Milhares de pessoas são esperadas em uma manifestação em Frankfurt, na quarta-feira, para protestar contra políticas de austeridade que atribuem ao Banco Central Europeu (BCE), que está inaugurando seu novo edifício-sede.

O encontro se segue aos protestos realizados no Chipre diante de uma reunião do Conselho de Governadores do BCE, instância decisória do banco, e evidencia a insatisfação com a poderosa instituição que tem procurado distanciar-se das disputas políticas na zona do euro.

"A principal razão para o protesto é que o BCE faz parte da troika, e a troika é responsável pelas políticas de austeridade que têm empurrado muitos para a pobreza", disse Ulrich Wilken, um dos organizadores da manifestação chamada 'Blockupy', que será realizado perto da nova sede do BCE, avaliada em 1,3 bilhão de euros (1,4 bilhão de dólares).

O trio de inspetores, ou troika, que inclui ainda a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, monitora países como a Grécia e o Chipre, que receberam pacotes internacionais de ajuda.

O BCE também é influente como provedor de financiamento para os bancos de países em dificuldades e, nas últimas semanas, aprovou um grande fluxo de financiamento de emergência extra para os credores da Grécia.

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, criticou na semana passada a política do BCE em relação à Grécia, qualificando-a de "asfixiante" -- uma acusação também feita pelos organizadores do protesto.

"Eles não são eleitos democraticamente, mas pressionam os governos para agir o tempo todo", disse Wilken. "Nós vimos isso de novo na maneira como estabeleceram termos mais duras para a Grécia obter financiamento após a eleição."

No início deste ano, o BCE deixou de aceitar títulos gregos como garantia em troca de financiamento depois que o novo governo de esquerda do país praticamente abandonou os compromissos da Grécia de efetuar reformas em troca de ajuda.

"Estas são as políticas que eles promovem de seus agradáveis ​​novos escritórios em Frankfurt", disse Wilken.

Os organizadores esperam mais de 7.000 pessoas da Alemanha no protesto e outras 3.000 vindas de vários países.

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