Economia

Projeção para IPCA 2018 no cenário referência é de 4,2%

Na ata, o BC elevou as projeções para a alta dos preços administrados em 2018 e 2019. Para este ano, o índice passou de 5,7% para 7,2% no cenário de mercado

IPCA: na ata do encontro anterior do Copom, as projeções do cenário de referência estavam em 4,0% para 2018 e para 2019 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

IPCA: na ata do encontro anterior do Copom, as projeções do cenário de referência estavam em 4,0% para 2018 e para 2019 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2018 às 10h08.

Brasília - A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, 26, indicou que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de referência está em 4,2%. Já a projeção para 2019 é de 4,1%.

Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi mantida em 6,50% ao ano, após 12 cortes consecutivos. Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido em maio, as projeções do cenário de referência estavam em 4,0% para 2018 e para 2019.

O BC formulou seu cenário de referência tendo como base a Selic constante em 6,50% ao ano e uma taxa de câmbio de R$ 3,70. Este valor para o câmbio teve como base a cotação média para a moeda americana observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom (15 de junho).

Na ata agora divulgada, o BC indicou ainda que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de mercado está em 4,2%. A projeção para 2019 é de 3,7%. Estes também são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada. O cenário de mercado utiliza como referência as projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic e o câmbio. Na ata de maio, as projeções do cenário de mercado estavam em 3,6% para 2018 e 3,9% para 2019.

Desde fevereiro do ano passado, o BC vinha dando maior ênfase ao cenário de mercado, em detrimento do cenário de referência. Na época, o BC alegou que, como a Selic estava em processo de baixa, o cenário com taxa constante perdia relevância. Porém, desde maio, com a Selic estável, o cenário de referência voltou a ganhar destaque nas comunicações do BC.

O centro da meta de inflação perseguida pela instituição este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%). No caso de 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). Este porcentual para 2019 será confirmado na noite desta terça-feira, após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O colegiado também confirmará a meta de 2020 e divulgará o porcentual a ser perseguido em 2021.

No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, 25, as instituições financeiras projetaram inflação de 4,00% em 2018 e 4,10% em 2019.

Preços administrados

Na ata, o Banco Central elevou as projeções para a alta dos preços administrados em 2018 e 2019. Para este ano, o índice calculado passou de 5,7% para 7,2% no cenário de mercado. No caso do próximo ano, o porcentual foi de 4,2% para 4,6%. As estimativas anteriores constavam na ata do encontro anterior do Copom, divulgada em maio.

No caso do cenário de referência, que utiliza como parâmetros câmbio constante a R$ 3,70 e juros constantes a 6,50% ao ano, a projeção para a alta dos preços administrados em 2018 passou de 6,3% para 7,4%. No caso de 2019, foi de 4,4% para 4,8%.

O Relatório Focus indicou nesta segunda que a estimativa para 2018 no mercado financeiro é de elevação de 6,30% dos administrados. Para 2019, a expectativa está em 4,50%.

As projeções para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano. Foi o segundo encontro consecutivo em que o colegiado não alterou a taxa básica.

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