Economia

Projeção de receitas em 2018 sobe R$ 2,276 bi ante previsões de fevereiro

A melhora da estimativa sobre a entrada de recursos nos cofres públicos é gerada exclusivamente pelas receitas administradas pela Receita Federal

Projeções: a de gastos em 2018 aumentou R$ 2,698 bilhões (iStock/Thinkstock)

Projeções: a de gastos em 2018 aumentou R$ 2,698 bilhões (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2018 às 18h38.

Brasília - O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do primeiro bimestre, divulgado nesta quinta-feira, 22, pelo Ministério do Planejamento, computou uma alta de R$ 2,276 bilhões nas receitas totais projetadas para 2018, em relação às previsões feitas pelo governo em fevereiro.

A melhora da estimativa sobre a entrada de recursos nos cofres públicos é gerada exclusivamente pelas receitas administradas pela Receita Federal, que subiram R$ 13,113 bilhões, para R$ 894,037 bilhões.

Já as outras grandes fontes apresentaram queda nas previsões: a expectativa de receitas previdenciárias caiu R$ 7,548 bilhões ante fevereiro e houve redução de R$ 3,288 bilhões nas demais receitas.

Pelo lado das despesas, a projeção de gastos em 2018 aumentou R$ 2,698 bilhões. Todo o aumento de gastos ocorreu nas despesas obrigatórias, que respondem pelo aumento integral dos R$ 2,698 bilhões citados.

Com o aumento, os gastos obrigatórios devem alcançar R$ 1,245 trilhão. As despesas discricionárias não mudaram e seguiram em R$ 128,914 bilhões.

Com as mudanças, a projeção de receita primária total de 2018 passou de R$ 1,460 trilhão para R$ 1,462 trilhão, e a receita líquida - livre de transferências - ficou praticamente estável em R$ 1,216 trilhão, com ligeiro aumento de R$ 59 milhões ante fevereiro.

Já a estimativa para as despesas primárias neste ano passou de R$ 1,371 trilhão para R$ 1,374 trilhão.

Despesas

O aumento das despesas previsto no relatório de avaliação de receitas e despesas do Ministério do Planejamento é basicamente gerado por dois itens: Fies e compensação pela desoneração da folha de pagamento.

Segundo documento apresentado pelo ministério, mais da metade do aumento de gastos de R$ 2,698 bilhões é gerado pelo programa de financiamento estudantil, o Fies, que responde por gasto extra de R$ 1,419 bilhão.

"O aumento se deve à atualização do parâmetro de inadimplência e dos valores realizados de impacto primário até fevereiro de 2018", cita o documento pelo Planejamento.

Outra fonte adicional de despesa é gerada pela compensação do regime geral da Previdência Social pelas desonerações da folha de pagamento, que soma R$ 1,367 bilhão.

Nesse caso, o Planejamento cita que "trata-se de nova projeção em função da não aprovação do PL 8.456/17 (da desoneração) que se encontra em tramitação no Congresso".

Houve, por outro lado, redução de R$ 325,6 milhões com as despesas obrigatórias com controle de fluxo do poder Executivo. Nesse caso, o Ministério explica que houve ajustes em programações nos ministérios do Esporte, Saúde e Justiça, o que permitiu essa redução.

Receitas

A arrecadação maior que a prevista em janeiro e fevereiro, principalmente por conta do programa de parcelamento de débitos tributários, o Refis, levou o governo a revisar para melhor suas projeções de receitas com Imposto de Renda (IR).

Por outro lado, as estimativas foram impactadas pelo fato de que a reoneração da folha de pagamento das empresas, que poderia trazer mais receitas, ainda está travada no Congresso Nacional.

Segundo o Ministério do Planejamento, a expectativa de arrecadação com IR subiu R$ 6 bilhões em relação ao projetado em fevereiro. Houve ainda revisões nas estimativas de receitas com Cofins (incremento de R$ 5,149 bilhões), CSLL (mais R$ 2,296 bilhões) e IPI (R$ 1,596 bilhão adicional).

No entanto, a previsão com receita previdenciária em 2018 caiu R$ 7,548 bilhões. Segundo o Planejamento, a mudança se deve à "não consideração da aprovação do PL 8.456/17 que trata da reoneração da folha de pagamentos para alguns setores".

O governo também espera uma receita com dividendos e participações R$ 1,698 bilhão menor. O principal efeito neste caso é a verificação de prejuízo líquido pela Petrobras.

A área econômica também diminuiu em R$ 2,048 bilhões a previsão de receitas com exploração de recursos naturais, em função da queda no preço do barril de petróleo que consta no Orçamento, de US$ 68,19 para US$ 64,98.

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