Brasília - A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia este ano continua em queda.
Pela sexta vez seguida, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi reduzida.
Desta vez, a projeção passou de 1,10% para 1,07%.
Para 2015, a expectativa é de crescimento um pouco maior: 1,5%, a mesma da semana passada.
Essas projeções são do boletim Focus, resultado de pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras.
Para a produção industrial, a projeção de retração passou de 0,14% para 0,67%.
No próximo ano, as instituições financeiras esperam por recuperação da produção industrial, com crescimento de 2,10%, contra 2,20% previstos na semana passada.
A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 2,40, neste ano, e em US$ 2,50, em 2015.
As instituições financeiras também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao fim de 2014, no atual patamar de 11% ao ano.
Para o fim de 2015, a expectativa segue em 12% ao ano.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa permanece em 6,46%, este ano, e em 6,10%, em 2015.
A pesquisa semanal do BC também traz a mediana (desconsidera os extremos) das expectativas para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 5,45% para 5,33%, em 2014, e segue em 5,50%, em 2015.
Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada de 5,44% para 5,35%, este ano, e de 5,50% para 5,57%, em 2015.
A estimativa da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) passou de 6,04% para 5,77%, em 2014, e de 5% para 4,79%, em 2015.
-
1. Risco e oportunidade
zoom_out_map
1/8 (Ross Land/Getty Images)
São Paulo - Janeiro é o mês no qual os órgãos internacionais fazem suas previsões para os próximos anos. Nesta quarta-feira, foi a vez do
Banco Mundial. O título do relatório é "Lidando com a normalização das políticas nos países de renda alta" e grande parte dele é dedicado a mostrar que os
emergentes vão ter que suar para manter a estabilidade em um mundo que caminha para
taxas de juros mais altas. A
economia brasileira é citada algumas vezes. Veja os destaques a seguir:
-
2. As eleições podem impedir reformas...
zoom_out_map
2/8 (Elza Fiúza/ABr)
Para o Banco Mundial, a mudança nas condições globais de financiamento significa que "manter uma política de o-mesmo-de-sempre não é mais uma opção" para os
emergentes. O risco de complacência, no entanto, é alto. A implementação de reformas já é um desafio político em circunstâncias normais, mas fica ainda mais difícil "por causa das eleições em muitos daqueles países mais testados na última estação."
África do Sul, Tailândia, Turquia, Indonésia e Índia são colocadas neste grupo, junto com o Brasil.
-
3. ... mas o crescimento deve acelerar em 2016
zoom_out_map
3/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
A estimativa do Banco Mundial é que a
economia brasileira vai crescer 2,4% em 2014 e 2,7% em 2015 - nada muito além dos cerca de 2,2% registrados em 2013. A partir daí, deve haver uma nova aceleração: a previsão para 2016 é de 3,7% de expansão. Vale notar que órgão errou a projeção para o Brasil nos últimos anos. Para 2011, a previsão era de 4,4% e o país cresceu 2,7%. Para 2012, a estimativa era de 3,4%.e o crescimento foi de 0,9%.
-
4. A confiança do investidor e do consumidor está em queda...
zoom_out_map
4/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O otimismo do empresário
despencou 38 pontos percentuais ao longo de 2013, de acordo com pesquisa da consultoria Grant Thornton. Na opinião do
Banco Mundial, "a confiança do
consumidor e do investidor ficou mais fraca devido à fraqueza da gerência macroeconômica e às políticas intervencionistas do governo, ao mesmo tempo que os termos de troca deterioraram-se."
-
5. ... mas a Copa e as Olimpíadas vão dar um empurrão
zoom_out_map
5/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O Banco Mundial acredita que os investimentos para a
Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, junto com um aumento das exportações, vão compensar os efeitos da queda de preço de commodities e do aperto nas condições de financiamento global. R$ 25,5 bilhões
serão investidos só na Copa, de acordo com o governo federal. No
Rio de Janeiro, os eventos esportivos
fizeram dobrar os investimentos nos últimos 6 anos.
-
6. O crédito depende demais do governo...
zoom_out_map
6/8 (Tânia Rêgo/ABr)
O Banco Mundial nota que em países como Brasil, Turquia e China, o crédito subiu mais de 20 pontos percentuais no PIB desde 2007. Isso não é o problema, e sim uma dependência excessiva do crédito estatal - como é o nosso caso: "
bancos estatais foram responsáveis por 50% do
crédito por liquidar no Brasil em meados de 2013, acima dos 33% em 2008 e a primeira vez que este patamar é atingido desde a onda de privatizações em 1999."
-
7. ... mas não a agricultura
zoom_out_map
7/8 (EXAME)
O relatório do
Banco Mundial sugere que o corte de
subsídios agrícolas pode abrir espaço para outras prioridades fiscais, além de aumentar a
produtividade. O Brasil, no entanto, já lidou com essa questão há muito tempo: em um gráfico com 14 países que mostra a porcentagem do PIB destinada para subsídios agrícolas, aparecemos na última posição. A
Indonésia lidera, com 3,5%. Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão, o número gira em torno de 1%.
-
zoom_out_map
8/8 (USP Imagens)