Dívida: projeção não considera o pagamento antecipado de R$ 17 bilhões pelo BNDES (iStock/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de outubro de 2017 às 13h09.
Brasília - O chefe do Departamento de Estatística do Banco Central, Fernando Rocha, prevê um aumento na proporção da dívida líquida de 50,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro para 51,1% do PIB em outubro.
Para a dívida bruta, a expectativa é de um aumento de 73,9% do PIB em setembro para 74,4% do PIB em outubro, o que manteria o porcentual no maior patamar da série histórica do Banco Central, iniciada em 2002.
A projeção não considera o pagamento antecipado de R$ 17 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional, já decidido, mas que ainda não ocorreu.
A estimativa leva em conta ainda o dólar em R$ 3,28, o que representa uma depreciação em relação ao fim de setembro, movimento que resulta em um aumento na dívida bruta e em uma redução na líquida.
Em setembro, a dívida líquida do setor público registrou o maior porcentual desde agosto de 2004, quando foi a 51,4%. Já os 73,9% alcançados pela dívida bruta seriam ainda maiores não fosse a devolução antecipada de R$ 33 bilhões do BNDES ocorrida em setembro, que reduz o endividamento nesta medida.
Impacto do câmbio
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, apresentou a elasticidade da Dívida Líquida do Setor Público (DLDP) ante o PIB em relação às variáveis que interferem em seu resultado. No caso do câmbio, cada 1% de variação tem impacto imediato de 0,15 ponto porcentual (pp) em sentido oposto, o que equivale a R$ 9,7 bilhões.
No caso da Selic, cada 1 pp de alteração mantida por 12 meses tem reflexo de 0,4 pp na DLSP/PIB no mesmo sentido, o que representa R$ 25,9 bilhões em valores correntes.
Já cada alta ou baixa da inflação (basicamente IPCA) de 1 pp mantido por 12 meses tem impacto de 0,14 pp no mesmo sentido na DLDP/PIB, ou R$ 9,5 bilhões em valores nominais.