Dilma Rousseff: "casa própria é uma das coisas mais importantes para garantir autonomia. Essa é uma das minhas prioridades no Viver sem Limite", disse (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 09h08.
Brasília - Com o objetivo de ampliar o acesso das pessoas com deficiência a serviços e equipamentos que garantam mais qualidade de vida, o governo federal vai investir, até o ano que vem, R$ 7,6 bilhões em ações que integram o Programa Viver sem Limites. Uma delas é a entrega de casas adaptáveis, construídas por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, que, este caso, atende a pessoas com renda mensal até R$ 1,6 mil.
Ao participar, hoje (23), do programa de rádio semanal Café com a Presidenta, Dilma Rousseff fez um balanço do Viver sem Limites e informou que, desde janeiro de 2012, o governo contratou a construção de 630 mil casas desse tipo. As unidades contam com portas mais largas, banheiros mais espaçosos, corredores mais amplos e barras que facilitem a locomoção. No total, foram entregues 9 mil casas adaptadas. A expectativa do governo é contratar 1,2 milhão de casas adaptáveis até 2014.
"A casa própria é uma das coisas mais importantes para garantir autonomia, segurança e uma vida feliz, pois todos nós queremos um cantinho para morar. Essa é uma das minhas prioridades no Viver sem Limite", disse ela. No sábado (21), foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Na área da educação, a presidente destacou que, por meio do Viver sem Limite, foram entregues 830 ônibus adaptados a prefeituras de 600 cidades, para levar crianças com deficiência às escolas, sejam elas públicas ou ligadas às Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Dilma disse que até dezembro serão entregues mais 900 desses veículos e até o ano que vem um total de 2,6 mil. Ela acrescentou que o governo repassou R$ 235 milhões para 26 mil escolas de todo o país se tornarem acessíveis às pessoas com deficiência.
Ainda com foco na acessibilidade, Dilma Rousseff ressaltou que foram criados 30 núcleos de pesquisa em universidades e institutos federais de educação tecnológica, como o Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva, em Campinas (SP). O objetivo é favorecer o desenvolvimento de produtos e equipamentos que facilitam a rotina das pessoas com deficiência.
"São equipamentos como o vocalizador, que ajuda que tem dificuldade na fala, reproduzindo sons ou vozes; as cadeiras ajustáveis, que oferecem mais conforto na sala de aula; softwares que ajudam a alfabetizar as crianças com deficiência; além de órteses e próteses com novos materiais, que reduzem o custo também desses produtos", explicou, ao lembrar que o governo criou uma linha de crédito especial para a compra desses produtos, operada pelo Banco do Brasil. De acordo com Dilma, foram financiados R$ 66 milhões e o governo pretende liberar o crédito também para que pessoas com deficiência façam obras de adaptação nas suas casas, como a construção de rampas ou a mudança das portas.
Em relação à saúde, a presidente ressaltou a importância do teste do pezinho em recém-nascidos para detectar alguma deficiência ou doença genética e informou que o governo espera começar, ainda este ano, a oferecer o teste do olhinho para prevenir doenças como a catarata congênita, que é a segunda causa de cegueira infantil, além de ampliar o número de maternidades que oferecem o teste da orelhinha. Ela ressaltou ainda que estão sendo construídos, também por meio do Viver sem Limites, três centros de treinamento de cães-guia para auxiliar pessoas com deficiência visual, além da unidade que já foi inaugurada em Camboriú (SC).
De acordo com dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população.