Economia

Produtos mais consumidos nas férias sobem mais que inflação

Levantamento feito pela FVG mostrou que preços de xaropes, sorvetes e passagens aéreas subiram acima da inflação em 2011

O preços dos sorvetes subiram 16,97% em 2011 no país (Divulgação)

O preços dos sorvetes subiram 16,97% em 2011 no país (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 15h00.

Rio de Janeiro – Os produtos mais consumidos nas férias escolares subiram 8,83% entre janeiro e dezembro de 2011, superando a inflação medida no mesmo período pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com pesquisa divulgada hojepelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os itens que mais subiram foram aqueles preferidos por crianças e adolescentes, entre os quais xarope de diversos sabores (22,37%), sorvete (16,97%), batata frita (14,13%), iogurte (11,74%) e geleia (10,25%).

Dentre os serviços, os maiores aumentos foram observados em passagem aérea (18,17%), hotel (12,35%), teatro (10,64%), clube de recreação (10%), show musical (8,01%) e cinema (7,35%). O único item da lista que apresentou deflação, entre janeiro e dezembro do ano passado, foi o pó para refresco de diversos sabores (-4,21%).

Segundo o economista do Ibre, André Braz, esse movimento de elevação de preços é comum nesse período de férias escolares, “o que indica que existe um efeito sazonal por trás de alguns preços”.

Braz não descartou também que os aumentos refletem o próprio aquecimento da economia brasileira. “Ainda que essa situação de aquecimento tenda a não se manter devido aos efeitos de contaminação da crise europeia, o retrato atual é de aquecimento, porque os salários estão crescendo em termos reais, isto é, descontada a inflação”.

O aumento de 14% no salário mínimo deste ano, que vigora a partir de janeiro, dará um fôlego adicional às famílias, que passam a incorporar cada vez mais esses itens das férias, considerados supérfluos, em sua cesta de consumo. Por isso, ele acredita que há, nesse período, uma procura maior por produtos e serviços que não são essenciais.

Como as férias não provocam nenhuma surpresa, na medida em que todos sabem quando elas começam e terminam, André Braz recomendou às famílias que planejem com antecedência essas despesas extras no orçamento, para evitar desconfortos. “O ideal é fazer uma provisão do orçamento para passar melhor esse período, sem um aperto no orçamento do mês. Isso vai depender da disciplina de cada família”. Ele lembrou, entretanto, que “quanto maior a antecedência, melhor o resultado”.

O planejamento também deve ser feito para as contas que têm de ser pagas entre janeiro e fevereiro. Como exemplo, André Braz citou o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), conselhos de classe e outras despesas desse período do ano.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEmpresasFGV - Fundação Getúlio VargasInflaçãoMetrópoles globaisRio de Janeiro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto