Economia

Produtividade do brasileiro é a pior entre 12 países

O Brasil ficou na lanterna do grupo formando por 12 países, segundo pesquisa da CNI


	Indústria brasileira: a média de crescimento da produtividade por hora trabalhada foi de 0,6% na década analisada
 (Arquivo/Agência Brasil)

Indústria brasileira: a média de crescimento da produtividade por hora trabalhada foi de 0,6% na década analisada (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 13h03.

Brasília - A produtividade média do trabalhador brasileiro por hora de trabalho de 2002 a 2012 foi a pior entre 12 economias avaliadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou nesta segunda-feira, 23, uma pesquisa sobre o tema.

O Brasil ficou na lanterna do grupo formando por Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos, entre outros países.

A média de crescimento da produtividade por hora trabalhada foi de 0,6% na década analisada, à frente apenas dos italianos (0,8%).

A CNI classificou o resultado como "fatal", tomando como parâmetro o impactado permanente do chamado custo Brasil.

"A combinação de baixa produtividade e de elevados custos sistêmicos é fatal. A perda de competitividade resulta em baixo crescimento e maiores dificuldades para as empresas brasileiras. A redução da confiança do empresário é uma das consequências, o que leva à queda do investimento. Assim, um círculo vicioso é gerado, uma vez que o aumento da produtividade depende do aumento do investimento. Com a estagnação da produtividade não há futuro para a indústria brasileira", registrou o estudo.

Na mensagem final da pesquisa, a CNI criticou a política de crescimento da economia brasileira baseada, segundo a entidade, apenas no aumento do número de empregos formais.

"O País não tem mais como crescer baseado apenas no aumento do emprego. A reversão do processo atual passa pela redução dos custos sistêmicos, que refletirá positivamente na confiança dos empresários e, consequentemente, no investimento", disse.

Os sul-coreanos lideram o ranking com média anual de competitividade com crescimento de 6,7% entre 2002 e 2012.

Em seguida parecem Taiwan (6,%), Cingapura (4,4%), Estados Unidos (4,4%), Japão (3,1%), Espanha (3,1%), Alemanha (2,9%), França (2,2%), Austrália (1,3%), Canadá (1,1%) e Itália (0,8%).

Salário

Inversamente à lanterna em relação ao nível de competitividade, o Brasil lidera em custo de produção.

A competitividade foi medida com base no custo unitário do trabalhado(CUT) em dólares, que está, segundo o estudo, "significativamente acima" dos demais integrantes do ranking, após crescimento médio de 9% ao ano na década analisada.

"A indústria brasileira tornou-se menos competitiva nos últimos dez anos", registrou a CNI.

A entidade apontou que, de 2002 a 2012, o CUT da indústria acumulou crescimento de 136%.

A taxa é quase o dobro da Austrália (67%), segundo no ranking do custo da produtividade.

O indicador é formado por salário, produtividade do trabalho e o câmbio.

"Os três fatores contribuíram negativamente para a competitividade brasileira", disse a CNI.

Apesar de destacar o crescimento médio anual do salário médio do trabalhador brasileiro (1,8%), o índice da CNI mostrou que a Coreia elevou mais os ganhos reais (2,5% ao ano).

O país asiático, contudo, conseguiu elevar a produtividade em uma proporção maior, enquanto a taxa de câmbio real recuou apenas 0,9% ao ano, contra uma desvalorização de 7,2% verificada no Brasil no período.

A Austrália ficou em terceiro lugar entre os países que mais elevaram o ganho do trabalhador, com crescimento médio anual de 0,9%.

Já os Estados Unidos foi o único país entre os 12 pesquisados a registrar queda do salário real paga ao trabalhador industrial (-0,1%), seguido por Taiwan (0,1%) e Alemanha (0,3%), que aparecem na parte de baixo no ranking deste indicador.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da Indústriagestao-de-negociosprodutividade-no-trabalho

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto