Fabrica da Tramontina de Cutelaria em Carlos Barbosa Rs - faca - facas - linha de produção - industria - trabalhador - Foto: Leandro Fonseca data: 04/11/2021 (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 3 de julho de 2024 às 09h55.
A produção industrial recuou 0,9% em maio, influenciada principalmente pelos efeitos das enchentes do Rio Grande do Sul sobre as plantas industriais. Do setor de autopeças a produção de alimentos, diferentes fábricas paralisaram as atividades por conta das chuvas e isso afetou o abastecimento para produção de bens finais. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.
Trata-se do segundo mês seguido de queda, período em que a indústria acumulou perda de 1,7%. Em abril, a produção do setor recuou 0,5% ante o mês de março, quando havia subido 0,9%.
Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 recuaram em maio. Puxaram o resultado para baixo a queda na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4%). A indústria intensificou a queda que tinha sido registrada no mês anterior. E um dos fatores para isso, segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, foram as chuvas no Rio Grande do Sul.
"As enchentes tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país", explica Macedo.
Tanto as montadoras de veículos quanto as fábricas de autopeças paralisaram a produção em decorrência das chuvas, o que acabou afetando o abastecimento para a produção de bens finais no resto do país. Segundo Macedo, houve até concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo.
A paralisação por conta de greve em outra montadora e a base de comparação elevada do setor também ajudam a explicar o recuo, acrescenta o pesquisador. Em abril, o setor de veículos havia avançado 13,8%.
Especialistas esperam que o setor industrial tenha uma tendência mais positiva neste ano. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE subiu 0,4 ponto em junho, para 98,4 pontos. Para Stéfano Pacini, economista do Ibre/FGV, há uma perspectiva positiva relacionada ao ambiente de negócios no decorrer do segundo semestre.
Já era esperado que as enchentes no RS afetassem a produção em maio, mas ainda não está claro como será a recuperação no resultado geral da indústria.
"O cenário macroeconômico de cortes na taxa de juros foi interrompido, porém os indicadores de trabalho e renda continuam positivos e contribuem com a tendência de otimismo para os próximos meses na indústria", acrescenta.