Indústria brasileira: resultado de janeiro veio acima do número projetado pela Reuters (Sean Gallup/Getty Images)
Reuters
Publicado em 8 de março de 2017 às 09h31.
Última atualização em 8 de março de 2017 às 10h25.
São Paulo / Rio de Janeiro - O ano começou com resultados melhores do que o esperado para a indústria do Brasil, diante do aumento da produção de bens intermediários, sinal de alguma melhora para atividade.
Em janeiro, a produção da indústria teve recuo de 0,1 por cento em relação ao mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,35 por cento.
Já na comparação com o mesmo mês de 2016, a indústria interrompeu 34 meses seguidos de quedas para subir 1,4 por cento, contra avanço esperado de 1,10 por cento. Esse resultado representa ainda a melhor leitura para janeiro nessa base de comparação desde 2013 (+6,5 por cento).
"Aquele comportamento de queda frequente e disseminada parece que ficou para trás. Não quer dizer que a retomada vai ser consistente daqui para frente, mas parece que o fundo do poço está acabando. A boa notícia é que não está aprofundando mais", disse o economista do IBGE André Macedo.
O setor terminou 2016 com queda de 6,6 por cento na produção, no terceiro ano seguido de perdas, afetado pela piorrecessão já vivida pelo Brasil.
Os dados do IBGE mostraram que a categoria de Bens Intermediários apresentou alta de 0,7 por cento na comparação mensal e de 0,8 por cento na anual. Os Bens de Consumo subiram 0,3e 2,3 por cento, respectivamente.
O grupo Bens de Capital, uma medida de investimento, mostrou contração de 4,1 por cento em janeiro sobre dezembro, mas subiu 3,3 por cento na comparação com um ano antes.
O IBGE informou ainda que, dos 24 ramos pesquisados, 12 apresentaram taxas negativas em janeiro na comparação mensal, com destaque para o recuo de 10,7 por cento em veículos automotores, reboques e carrocerias.
Na outra ponta, a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis avançou 4,0 por cento e a de produtos farmoquímicos e farmacêuticos teve alta de 21,6 por cento.
Depois de sofrer com a recessão e fraqueza da confiança, indicadores sobre o setor já vinham apontando alguma melhora este ano. Em fevereiro, a contração da indústria perdeu força segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
A confiança apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) avançou com força em janeiro e voltou a cair no mês seguinte, porém num movimento de acomodação. A FGV não descarta nova melhora, diante de sinais mais favoráveis da economia como a queda dos juros.