Economia

Produção industrial cresce em agosto, mas não em relação a 2002

Atividade cresceu 1,5% em agosto, em comparação com julho, segundo o IBGE. É a maior alta do ano. Em relação a agosto de 2002, houve queda de 1,8% - a quinta negativa consecutiva, mas abaixo da previsão do mercado, que esperava redução entre 3% e 3,5%.

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.

a quinta negativa consecutiva, mas bem abaixo de algumas previsões do mercado, que esperava redução entre 3% e 3,5%. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Geografia Estatística (IBGE), no acumulado do ano (janeiro a agosto), a produção caiu 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa anualizada (acumulado dos últimos 12 meses) teve crescimento de 1,7% e ficou abaixo da registrada em julho, que foi de 2%.

Os sinais de recuperação da atividade industrial que traz as taxas mensais do IBGE (agosto e julho tiveram índices positivos) ainda não foram suficientes para reverter a tendência de queda dos índices acumulados. Entretanto, os resultados de julho e agosto mostram um quadro de estabilização na produção total da indústria. O trimestre encerrado em agosto manteve-se no mesmo nível do mês anterior.

Dos vinte setores analisados em agosto, 13 apresentaram movimento positivo em relação a julho. Em primeiro lugar, puxando o aquecimento da indústria, vem o setor de mecânica, com 2,9% (que também teve índice positivo, de 6,4%, em relação a agosto de 2002). Depois vem o setor de material de transporte, com 2,3%, seguido pelo têxtil (1,9%) e pelo de produtos alimentares (1,7%).

Já na comparação com agosto de 2002, 16 setores assinalaram queda. A maior delas foi a do setor farmacêutico, que caiu 22,9%. Vestuário e calçados foi reduzido em 16%, e materiais elétricos e de comunicação, 8,3%.

Categorias de uso

Na análise por categorias de uso, o segmento de bens de consumo duráveis, que entre julho e agosto apresentou o terceiro resultado positivo consecutivo, cresceu 5,2% no mês e acumulou taxa de 8,2% no período entre junho e agosto. A produção de bens de capital cresceu 1,5%, e a de bens intermediários, 1,2%.

Em contraste com esse movimento de elevação no nível de atividade nos últimos dois meses, a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis mostrou nova queda na passagem de julho para agosto: -0,8%. Foi o terceiro resultado negativo consecutivo.

Exportações

O único segmento de uso analisado pelo IBGE que apresentou crescimento em relação a agosto do ano passado foi o de bens intermediários, que tem forte ligação com exportações, agroindústria e petróleo. Nos subsetores de bens intermediários identificados com a demanda interna, como os produtos de minerais não metálicos e de matérias plásticas, não houve crescimento. A redução em relação a agosto de 2002 foi de 8,5% e 7,8%, respectivamente.

Na contramão desta situação estão os bens de consumo duráveis, que sofreram forte redução em relação ao ano passado. O índice total foi pressionado negativamente por eletrodomésticos (-7,6%) e pelo grupo mobiliário (-15,4%). O desempenho favorável da produção automobilística (1,9%) e de motocicletas (18,6%) impediu um resultado ainda pior.

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