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Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2012 às 09h10.
Rio de Janeiro - A produção industrial brasileira caiu 1 por cento em setembro frente a agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Trata-se do pior resultado mensal desde janeiro passado, quando a contração foi de 1,8 por cento, e pior do que o esperado pelo mercado.
O resultado ruim veio, entre outros, do segmento de máquinas e equipamentos, relacionado aos investimentos produtivos.
Na comparação com setembro de 2011, a produção diminuiu 3,8 por cento, o pior desempenho desde junho, quando a queda foi de 5,6 por cento.
De acordo com pesquisa da Reuters junto a 35 analistas, a expectativa era de que a produção industrial recuasse 0,5 por cento em setembro ante agosto. As estimativas variaram de alta de 0,1 por cento a queda de 1,6 por cento.
Na comparação anual, a expectativa era de queda de 3,4 por cento de acordo com a mediana de 31 projeções, sendo que elas variaram de quedas de 1,0 a 4,3 por cento.
Segundo o IBGE, em setembro, 16 das 27 atividades pesquisadas apresentaram contração na produção sobre o mês anterior, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos, com queda de 4,8 por cento no período. Esse foi o segundo resultado negativo consecutivo da atividade, com queda acumulada de 8,5 por cento no período.
Também pesaram no resultado de setembro os setores de outros produtos químicos (-3,2 por cento), alimentos (-1,9 por cento), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-10,0 por cento), fumo (-11,7 por cento) e veículos automotores (-0,7 por cento).
Na outra ponta, houve aumento da produção nos setores, entre outros, farmacêutica (6,0 por cento) e outros equipamentos de transporte (4,4 por cento), que têm "desempenhos de maior importância para a média global".
O resultado de setembro pode colocar em dúvida as avaliações de que está havendo uma recuperação mais robusta no segundo semestre, como defende o governo. Em agosto, a produção industrial havia crescido 1,7 por cento, número revisado pelo IBGE nesta quinta-feira, ante a expansão de 1,5 por cento reportada antes.
A indústria brasileira tem sido, desde o início do ano, uma das principais causas para a fraca atividade neste ano, impactada pela crise internacional, e com consequências para os investimentos. Para minimizar os impactos vindos de fora, o governo adotou várias medidas de estímulo, como isenções fiscais, para tentar impulsionar o setor.
O governo tem defendido que a economia já começou a se recuperar. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, por exemplo, afirmou que a economia estará crescendo, a uma taxa anualizada, cerca de 4 por cento neste segundo semestre e em 2013.
Para outubro, entretanto, a confiança da indústria indica uma melhora, com o índice apurado pela Fundação Getúlio Vargas avançando 1 por cento no mês em relação a setembro, o que alimenta a esperança de uma recuperação gradual.