A queda em abril ocorreu em 18 das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2021 às 09h36.
Última atualização em 2 de junho de 2021 às 10h11.
A produção industrial no Brasil teve queda de 1,3% em abril na comparação com março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 2. Com o resultado, a produção industrial do país ficou 1% abaixo do patamar pré-pandemia.
É o terceiro resultado negativo consecutivo do índice, que acumula perda de 4,4% desde fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2020, a produção subiu 34,7%. Com o número de abril, a produção industrial está 17,6% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.
Esse resultado, entretanto, deve-se à base baixa de comparação do ano passado, devido ao isolamento social adotado na época – em abril de 2020, o setor recuou 27,7%, a maior queda já registrada na série.
No primeiro trimestre, a indústria do Brasil cresceu 0,7% de acordo com os dados do PIB divulgados na véspera pelo IBGE. O setor continua enfrentando as dificuldades apresentadas pelas medidas de contenção do coronavírus em todo o país, bem como desemprego e inflação elevados, destacadamente das matérias-primas.
A queda em abril ocorreu em 18 das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM). O principal impacto no índice foi da retração de 9,5% de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
“Com a entrada de 2021, o recrudescimento da pandemia e todos os efeitos que isso traz, o setor industrial mostrou uma diminuição muito evidente de seu ritmo de produção. Isso fica claro não só pelos resultados negativos, mas também pelo maior espalhamento desse ritmo de queda”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.
O pesquisador lembra que, com os resultados negativos de fevereiro, março e abril, o setor industrial perdeu o ganho acumulado que em janeiro estava 3,5% acima do patamar pré-pandemia.
A segunda atividade com maior impacto no índice foi a dos produtos alimentícios, que teve queda de 3,4% em comparação a março.
Outros impactos negativos ocorreram nas atividades de impressão e reprodução de gravações, com queda de 34,8%, de produtos de metal, com queda de 4%, de couro, artigos para viagem e calçados, com queda de 8,9%, de celulose, papel e produtos de papel, que caiu 2,6%, de confecção de artigos do vestuário e acessórios, com queda de 5,2%, de produtos têxteis, com retração de 5,4% e de móveis, que teve redução de 6,5%.
Os resultados negativos ocorreram em duas das quatro grandes categorias econômicas: bens de consumo semi e não duráveis, que teve queda de 0,9%, e bens intermediários, com queda de 0,8%.
Já o setor produtor de bens de capital teve crescimento de 2,9% e o de bens de consumo duráveis, teve aumento de 1,6%.
A mais recente pesquisa Focus divulgada semanalmente pelo Banco Central mostrou que os especialistas consultados veem uma expansão de 5,50% da indústria este ano, crescendo 2,30% em 2022.
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