Economia

Produção deve crescer entre 2% e 2,5%, diz professor

Para professor, o câmbio mais elevado favorece a indústria (desestimulando importações) e terá mais influência ao longo do ano do que fatores negativos


	Indústria: agora, com câmbio mais depreciado e, num segundo plano, com as desonerações, o quadro melhora um pouco
 (Bloomberg)

Indústria: agora, com câmbio mais depreciado e, num segundo plano, com as desonerações, o quadro melhora um pouco (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 17h02.

Rio - O desempenho da indústria em dezembro foi "frustrante", mas a perspectiva para este ano é um pouco melhor e a produção industrial deverá crescer entre 2,0% e 2,5%, avaliou o professor Antônio Corrêa de Lacerda, do Departamento de Economia da PUC-SP.

Para Lacerda, o câmbio mais elevado favorece a indústria (desestimulando importações) e terá mais influência ao longo do ano do que fatores negativos, como a falta de competitividade e o aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC).

"Temos quase cinco anos de estagnação. Neste período, o consumo interno cresceu, mas grande parte da demanda foi atendida por importações", explicou Lacerda.

Agora, com câmbio mais depreciado e, num segundo plano, com as desonerações, o quadro melhora um pouco. "A competitividade ainda é ruim e, relativamente aos nossos competidores, o câmbio não mudou tanto. Mas, de qualquer forma, há uma melhora", completou.

O professor destacou o peso das férias coletivas para a queda na produção em dezembro, conforme anunciou nesta terça o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao ressaltar que não chegou a comparar o número de dias úteis entre dezembro de 2012 e de 2013, Lacerda afirmou que "há uma impressão de que os estoques estavam elevados" no fim do ano. As empresas podem ter dado mais férias coletivas por isso.

Mesmo com a perspectiva mais positiva para 2014, Lacerda crê que o desempenho "frustrante" de dezembro deverá mesmo levar a uma revisão de projeções para os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre. Se antes se esperava um crescimento de 0,5% ante o trimestre anterior, agora, o avanço deverá ficar "entre 0,3% e 0,4%", segundo o professor.

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