Montadora: na comparação com o mesmo janeiro do ano passado, o volume de produção foi 17,1 por cento maior (.)
Reuters
Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 11h37.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2017 às 15h58.
São Paulo - A produção brasileira de veículos caiu 12,9 por cento em janeiro ante dezembro, para 174,1 mil unidades, informou nesta segunda-feira a associação de montadoras, Anfavea. Mas na comparação com igual mês do ano anterior, o volume foi 17,1 por cento maior.
Já os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus recuaram 28 por cento sobre dezembro, para 147,2 mil. Em relação a janeiro de 2016, a queda foi de 5,2 por cento.
O presidente da associação, Antonio Megale, disse que o volume de vendas não foi satisfatório, mas que já se previa redução porque janeiro é mês sazonalmente mais fraco, com muitas empresas em férias coletivas.
Segundo ele, o desempenho em fevereiro não deve ser muito diferente, mas o setor vê tendência positiva a partir de março. "O primeiro trimestre será de estabilização, preparação para crescimento", comentou.
Megale disse que o aumento da produção ano a ano mostra que as fabricantes estão se antecipando a um aquecimento do mercado nos próximos meses.
"Começamos a ver os primeiros sinais de melhora na concessão de crédito, com juro e inadimplência menores. Estamos prontos para dar a largada", afirmou.
Mesmo com a recente valorização do real, a perspectiva da entidade para exportações no ano é favorável.
Em janeiro, os embarques de veículos atingiram 37.189 unidades, queda de 40,8 por cento ante dezembro, mas 56 por cento maior ano a ano. "Foi o melhor janeiro desde 2008, o que nos dá indicação de um ano bom para exportação", disse Megale.
Considerando também as máquinas agrícolas e rodoviárias, as exportações em janeiro somaram 810 milhões de dólares, 13,2 por cento abaixo de dezembro, porém 47,9 por cento superior à de igual mês um ano antes.
A Anfavea avalia que o segmento de máquinas agrícolas está posicionado para resultados particularmente fortes neste ano, levando em conta a expectativa de uma safra recorde de grãos e os preços elevados das commodities.
Em janeiro, foram comercializadas 2,8 mil máquinas para agricultura, 33,6 por cento menos ante dezembro, mas 74,9 por cento acima do volume vendido no mesmo mês de 2016. Já a produção de máquinas agrícolas caiu 47,1 por cento ante dezembro e saltou 82,2 por cento ano a ano, para 3.011 unidades.
As projeções para 2017 foram mantidas. A expectativa da associação é de crescimento de 11,9 por cento na produção, de 4 por cento em licenciamentos, e de 7,2 por cento nas exportações.
O presidente da Anfavea ressaltou que a indústria acompanha atentamente as decisões de Donald Trump, mas que ainda não tem uma visão clara sobre o impacto das medidas protecionistas prometidas pelo líder norte-americano.
"O México é nosso segundo maior parceiro comercial e consome nossas autopeças, então precisamos ser prudentes ao analisar as medidas tomadas pelo presidente Trump", afirmou.
Se os EUA impuserem tarifas aos veículos produzidos no país vizinho, o governo mexicano pode retaliar dificultando a entrada de seminovos norte-americanos em seu mercado, o que poderia criar "oportunidades de negócios para o Brasil", disse Megale.
Sobre a vinda do presidente argentino, Mauricio Macri, ao Brasil, o presidente da Anfavea disse esperar que ele se reúna com o governo brasileiro para discutir principalmente o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE).