Plataforma de petróleo: fornecimento da Opep atingiu uma média de 30,32 milhões de bpd, ante um número revisado de julho de 30,50 milhões de bpd (Derick E. Hingle/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 14h31.
Londres - A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu em agosto uma vez que protestos e conflito na Líbia interromperam o fornecimento, apontou pesquisa da Reuters nesta sexta-feira, apesar de oferta extra de petróleo da Arábia Saudita e de recuperação no Iraque.
O fornecimento da Opep atingiu uma média de 30,32 milhões de barris por dia (bpd), ante um número revisado de julho de 30,50 milhões de bpd, apontou levantamento junto as empresas de navegação e fontes de empresas de petróleo, Opep e consultores.
A pesquisa também mostrou que conflitos internos estão minando a oferta por parte dos produtores africanos da Opep. As interrupções mais a preocupação com um ataque militar contra a Síria empurraram o Brent para uma máxima de seis meses acima de 117 dólares o barril nesta semana.
"Embora a Arábia Saudita venha elevando a produção, a falta de petróleo líbio somada a várias declarações de força maior sobre as exportações de outro país-membro da Opep, a Nigéria, continuam a sustentar os preços do Brent", disse Harry Tchilinguirian, diretor de estratégia de mercado de commodities do BNP Paribas, em Londres.
"O motivo é que este petróleo é de qualidade muito semelhante ao do Brent e com preços fora da referência do Mar do Norte." Em julho, cortes involuntários na Líbia e a ausência de recuperação significativa da Nigéria superaram a oferta extra do principal exportador da Opep, a Arábia Saudita, e uma recuperação das exportações do Iraque. A produção saudita para o mercado em julho foi revisada para cima em 250 mil bpd.
Arábia Saudita, segundo fontes da indústria, produziu mais petróleo, somando-se aos aumentos anteriores devido ao maior uso das refinarias e plantas de energia domésticas para atender à demanda por ar-condicionado. Um oficial saudita não respondeu a um pedido da Reuters para comentar o assunto.
A produção saudita ficou em 10,05 milhões de bpd em agosto contra o volume revisado de 9,9 milhões de bpd de julho.
"A produção em julho foi revisada para cima, mas não foi devido às exportações, mas sim pelo aumento do uso das refinarias e a queima direta", disse uma fonte do setor que acompanha a produção da Arábia Saudita. "O aumento em agosto está refletindo, principalmente, o aumento das exportações." Com a revisão em alta para julho, a produção da Opep em agosto é a menor desde março de 2013, quando o grupo bombeou 30,18 milhões de barris por dia, de acordo com pesquisas da Reuters, e deixa o fornecimento apenas 320 mil bpd acima da meta de 30 milhões de bpd.
A queda mais notável veio da Líbia. Os protestos em campos e terminais levaram a um corte mensal em média de 500 mil bpd, de acordo com a pesquisa. A oferta da Nigéria, frequentemente interrompida por vazamentos e roubos em dutos, permanece muito abaixo de seu potencial.
As exportações do Iraque se recuperaram com o aumento das embarcações pelos portos do sul. Com o petróleo Brent acima de 100 dólares, favorecido pela Arábia Saudita e outros membros, a Opep decidiu em seu último encontro, em maio, a manter a meta de 30 milhões bpd.
Veja abaixo a produção dos países da Opep estimada pela pesquisa. Os valores são em milhões de barris por dia. Totais são arredondados. Não há cotas individuais para países membros da Opep.