Os licenciamentos alcançaram 641.700 motos no primeiro semestre de 2015, recuo de 10,6% ante as 717.618 vendidas no mesmo período de 2014 (stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2015 às 15h05.
A produção de motocicletas no primeiro semestre do ano caiu 9,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados hoje (8) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), de janeiro a junho deste ano foram fabricadas 699.461 unidades. De janeiro a junho de 2014, foram 772.943 unidades.
Este é o menor patamar em produção nos últimos dez anos. As vendas no atacado (para concessionárias) chegaram a 659.063 unidades, 8% a menos que no ano passado (716.730), consideradas as menores dos últimos nove anos.
Os licenciamentos alcançaram 641.700 motos no primeiro semestre de 2015, recuo de 10,6% ante as 717.618 vendidas no mesmo período de 2014.
As exportações caíram 59,8%, com a comercialização de 18.241 unidades para o mercado externo. No primeiro semestre do ano ano passado, foram exportadas 45.419 motocicletas.
Na comparação de junho com maio, a produção atingiu 116.933 motocicletas, representando queda de 2% e alta de 50,3% ante o mesmo mês do ano passado, período impactado pelas férias coletivas por causa da Copa do Mundo.
As vendas para concessionárias chegaram a 101.025 unidades em junho, 8,2% a menos que o comercializado em maio (110.026) e 25,9% a mais que junho do ano passado.
Em junho, os emplacamentos aumentaram 4% na comparação com maio, com 101.102 motocicletas emplacadas. Em relação a junho do ano passado, ocorreu queda de 2,7%.
No período, as exportações totalizaram 5.476 motocicletas, quase o dobro das 3.653 de maio (alta de 49,9%). Na comparação com junho do ano passado, registrou-se expansão de 13,1%
Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os empregos em maio (número disponíveis) chegaram a 16.622, abaixo dos quase 18 mil empregos oferecidos no fim de 2014.
“Em 2014, cada trabalhador produziu 85 motos. Esse número já chegou a pouco mais de 100. Isso demonstra que as indústrias em Manaus tentam cumprir o papel social de manter a empregabilidade do segmento.
É um esforço muito difícil para o setor sustentar, a menos que o mercado tenha reação mais efetiva”, alertou Fermanian.
Ele ressaltou que as previsões para 2015 são de queda de 6,8% na produção, de 4,9% nas vendas no atacado e de 4,5% no varejo.
As exportações devem recuar 20,5%. Segundo ele, por enquanto a Abraciclo não reverá os números, porque há dois meses ocorreu uma redução nas projeções. Acrescentou que a esperança é que o segundo semestre seja melhor.
“A decisão de corte de produção é significativa, porque envolve toda uma cadeia produtiva. É difícil tomar esse tipo de decisão sob a ótica de um período curto. A indústria deverá se posicionar de acordo com os números dos meses seguintes.
A meta anterior à revisão de dois meses era alcançar os mesmos números de 2014. Foi dolorido ter de cortar a produção e ajustar o mercado.”
Para Fermaniam, o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) anunciado pela presidenta Dilam Rousseff segunda-feira (6) é uma medida positiva, porque pode ajudar o setor industrial.
“Esperamos que isso se estenda para as motocicletas. A iniciativa só será efetiva para o segmento se a leitura do setor em relação à queda de demanda mostrar que ela é passageira. Se a crise for duradoura, ao adotá-la estaremos protelando uma situação ainda mais crítica no futuro”, esclareceu.
O presidente da Abraciclo explicou que a decisão de adotar o PPE será de cada fabricante, que deverá refletir sobre as vantagens para sua marca.
Ele destacou que as medidas atuais adotadas para conter a produção excedente estão na mesma linha de anos anteriores. “Temos as férias coletivas normais para este período do ano. Nenhuma medida diferente foi efetivada ainda.
A redução do quadro funcional desde o fim do ano passado ocorreu pela própria rotatividade dos funcionários.”
Marcos Fermanian afirmou que o estoque de motocicletas nesse período de férias coletivas é suficiente para suprir a demanda de mercado e ajustar a diferença entre produção e vendas.
“Com as férias coletivas, teremos desabastecimento das concessionarias, mas isso será apenas um ajuste e será retomado com a volta do fornecimento normal. O mercado tem de reagir para suportar a volta à normalidade”, concluiu.