Linha de produção da Antarctica: produção de cerveja subiu 10,9% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2014 às 16h39.
São Paulo - A produção brasileira de cerveja avançou 11,7 por cento em abril sobre o mesmo mês do ano passado, segundo dados preliminares do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) disponibilizados pela Receita Federal.
Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve queda de 14,8 por cento na produção da bebida, a 1,02 bilhão de litros. Já no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a produção de cerveja subiu 10,9 por cento na comparação anual.
Por ora, o resultado corrobora estimativas da indústria cervejeira de avanço na produção em 2014 após declínio observado no ano passado, na esteira de um verão mais quente e da realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil.
A produção de refrigerante, por outro lado, mostrou queda de 6,6 por cento em abril sobre igual mês do ano passado, a 1,1 bilhão de litros. No acumulado do ano, houve crescimento de 0,4 por cento.
Na visão da analista Catarina Pedrosa, do Espírito Santo Investment Bank, os dados são positivos para a Ambev, maior empresa de bebidas do país.
"É importante lembrar que a produção não representa o resultado de vendas, mas é uma boa indicação. Tendo em conta que as vendas de cerveja são mais importantes que as vendas de refrigerantes para a Ambev, e que esperamos um segundo trimestre muito melhor que o usual, reiteramos nossa recomendação de compra para a ação e preço justo de 19,50 reais", disse.
Os papéis da companhia, no entanto, lideravam as perdas do Ibovespa nesta quarta-feira, diante de ajustes tributários anunciados pelo governo em meio a esforços para elevar a arrecadação pública.
Às 16h26, a ação da Ambev recuava 5,4 por cento, a 16,24 reais, ante de queda de 0,65 por cento do principal índice da bolsa paulista.
Na terça-feira, a Receita Federal divulgou mudança na tabela de tributação sobre bebidas frias - categoria que inclui cervejas, refrigerantes, energéticos, isotônicos e refrescos -, com um impacto médio estimado em 1,3 por cento no preço final dos produtos.
No início deste mês, o governo já havia anunciado uma elevação dos impostos sobre bebidas frias, com atualização no redutor que define a tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Pis/Cofins, num movimento para gerar 200 milhões de reais em receita extra.
O analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, afirmou em relatório que a Ambev pode ter que ajustar os preços em 4 por cento, "levando em consideração o aumento de preço necessário para compensar o aumento da tributação federal e o impacto cruzado de algumas tributações estaduais".