Ministro da Fazenda: O foco, de acordo com Meirelles, é a venda da Eletrobras e também da Lotex e da Casa da Moeda. (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 22h34.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às 22h43.
São Paulo, 24 (AE) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em evento na noite desta quinta-feira, 24, que a decisão do governo de privatizar a Eletrobras é histórica, com significado só comparável à desestatização do Sistema Telebras nos anos 1990. A venda da empresa de energia elétrica é o foco principal do governo neste momento, disse o ministro, que evitou falar sobre outras companhias que poderiam entrar na lista de privatizações.
Meirelles afirmou que a receita obtida com o programa de privatização "certamente" vai ajudar o governo a financiar o programa "substancial de investimento" que possui."Temos que olhar o Orçamento como um todo, receitas e despesas", disse, ao falar sobre o uso do dinheiro com as privatizações e concessões anunciadas ontem no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Conceitualmente é uma forma de garantir a plena execução dos investimentos em 2017 e 2018."
"É preciso tratar um assunto por vez e com sucesso", disse ele, ressaltando que tem posição favorável à venda de estatais ao setor privado. O foco, de acordo com Meirelles, é a venda da Eletrobras e também da Lotex e da Casa da Moeda.
O titular da Fazenda admitiu que o governo enfrentará resistência ao plano de venda da Eletrobras, seja por posição ideológica, seja por interesses de alguns em manter a companhia como uma estatal. O ministro disse que já vê uma "mobilização legítima" de pessoas que são contra a venda de estatais e, especificamente, da Eletrobras.
Meirelles ainda foi perguntado sobre a reforma tributária, e ressaltou que este é um "momento importante" para se discutir mudanças no setor. O que existe de concreto no momento, ressaltou, é uma proposta de reforma do PIS/Cofins feita pela Receita Federal.