Economia

Privatização da Eletrobras e dos Correios está entre prioridades, diz Bolsonaro

Bolsonaro critica o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por não ter levado adiante pautas de interesse do governo

Jair Bolsonaro: presidente também negou neste sábado a recriação de três ministérios, um dia depois de ter sugerido que isso pudesse ocorrer (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente também negou neste sábado a recriação de três ministérios, um dia depois de ter sugerido que isso pudesse ocorrer (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 15h23.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a declarar neste sábado seu apoio aos candidatos Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, e disse que entre pautas prioritárias para o Congresso estão as privatizações da Eletrobras e dos Correios.

Lira e Pacheco são os favoritos para vencer as respectivas eleições, marcadas para segunda-feira.

"Tem várias", disse Bolsonaro ao ser questionado por jornalistas sobre as prioridades do governo para o Congresso na retomada dos trabalhos legislativos. "Reformas, privatização da Eletrobras, privatização dos Correios, regularização fundiária, muito importante para gente."

Bolsonaro critica o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por não ter levado adiante pautas de interesse do governo, muitas vezes relativas aos costumes e a uma maior flexiblização em relação à posse e porte de armas no país.

Maia, no entanto, sempre foi um defensor das reformas econômicas, tendo papel importante na aprovação da reforma da Previdência e realizado um esforço, que não avançou, pela reforma tributária.

Maia apoia o principal adversário de Lira para sua sucessão, Baleia Rossi (MDB-SP), e entrou em choque com Bolsonaro diversas vezes nos últimos dois anos.

Criação de ministérios

O presidente também negou neste sábado a recriação de três ministérios, um dia depois de ter sugerido que isso pudesse ocorrer.

"Não está previsto, não é fácil criar ministério, burocracia, um pouco mais de despesas", disse Bolsonaro a jornalistas em Brasília.

Na sexta-feira, em evento fechado à imprensa, mas transmitido nas redes sociais, Bolsonaro elogiou os secretários da Cultura, do Esporte e da Pesca e disse que se tivesse mais conhecimento sobre essas áreas antes, elas seriam ministérios.

"Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente, porque algumas coisas a mais eu faria, outras eu não faria. Por exemplo, eu tenho três secretários... que se eu soubesse do potencial de vocês, se eu tivesse mais conhecimento com profundidade da importância, seriam ministério", disse o presidente na sexta-feira.

"Se tiver um clima no Parlamento, pelo o que tudo indica as duas pessoas, né,... que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios", acrescentou, relacionando a possibilidade à eventual eleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o do Senado.

Neste sábado, Bolsonaro enfatizou que "não tem recriação de ministérios".

"Eu elogiei os três secretários", acrescentou, voltando a falar bem dos três auxiliares --Jorge Seif Jr. (Pesca), Marios Frias (Cultura), Marcelo Magalhães (Esportes).

O presidente repetiu o que já tinha dito na quinta-feira que o governo tem hoje um ministro que é interino, Pedro Marques de Souza, na Secretaria-Geral da Presidência. E que o máximo que pode ocorrer é ele não ser efetivado e abrir uma vaga, incluindo a possibilidade de troca de cargos entre ministros.

Questionado sobre Onyx Lorenzoni, hoje ministro da Cidadania, Bolsonaro disse que se refere a ele como um coringa. "Está pronto para ir para qualquer ministério."

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