Economia

Privatização da Eletrobras continua em discussão, diz Levy

Novo presidente do BNDES defendeu o modelo de desestatização como saída "diante dos desafios fiscais de muitos Estados"

Joaquim Levy: Presidente do BNDES diz que aumento da transparência nas transações é um compromisso com a sociedade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Joaquim Levy: Presidente do BNDES diz que aumento da transparência nas transações é um compromisso com a sociedade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 16h06.

Em coletiva após a cerimônia de transmissão de cargo, o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, foi reticente em relação à venda da Eletrobras, mas se mostrou otimista em relação à privatização das estatais federalizadas do setor elétrico. "A privatização da Eletrobras continua em discussão e vamos apoiar a política que se fixar", disse.

Por outro lado, de acordo com o novo presidente do banco, a venda das empresas federalizadas é assunto resolvido. "O departamento de desestatização do banco não aparecia, mas continua ativo. Privatização das empresas estaduais de energia elétrica se arrastava há 20 anos e hoje é um tema resolvido", disse.

Levy defendeu o modelo de desestatização como saída "diante dos desafios fiscais de muitos Estados". Questionado sobre as declarações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que é contrário à privatização da Cedae, Levy disse que a experiência em outros Estados é de que a venda das estatais ajudou a reduzir perdas e ineficiências "que se arrastavam", mas prometeu apoiar as decisões tomadas.

"Cada Estado tem que avaliar sua situação e ver as implicações jurídicas de suas decisões", afirmou. "Nosso papel é de apoiar as decisões tomadas. Somos prestadores de serviço, temos que apoiar o cliente", completou.

Transparência

Levy disse que o aumento da transparência nas operações da instituição de fomento é um compromisso com a sociedade e uma promessa do governo Jair Bolsonaro.

"Parte importante disso vai ser organizar melhor os dados", disse Levy. "Alguns dados estão disponíveis, mas de uma maneira que fica difícil para as pessoas entenderem", completou Levy.

Segundo o novo presidente do BNDES, as medidas de aumento da transparência não podem "ficar só olhando para o passado", mas devem ter foco na clareza. "Uma caixa preta é preta enquanto você não decripta o que está ali dentro", disse Levy, ressaltando que "isso tem que ser feito de maneira institucional".

Diretoria

Levy disse que os novos nomes que comporão sua diretoria serão anunciados "nos próximos dias". Levy não citou nomes, mas disse que "tem a possibilidade" de manter alguns executivos da atual diretoria.

Conforme Levy, os nomes dos futuros diretores, inclusive no caso de eventuais nomes que manterão seus cargos, serão anunciados em conjunto. As indicações, contudo, ainda dependem de aprovação da Casa Civil, disse Levy.

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