Eletrobras: lei que viabiliza privatização foi publicada em julho de 2021. (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Publicado em 22 de outubro de 2021 às 19h35.
Última atualização em 22 de outubro de 2021 às 19h39.
Por Cristiane Lucchesi, da Bloomberg
A Eletrobras recebeu proposta de 14 bancos para coordenar o que pode ser uma das maiores ofertas de ações de uma empresa brasileira, de cerca de 103 bilhões de reais, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
A ideia é escolher quatro coordenadores globais e mais um banco que vai focar na distribuição para o varejo, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas, pois as conversas não são públicas. A butique de banco de investimento Laplace Finanças foi contratada como assessora da Eletrobras na transação, na qual o governo brasileiro pretende vender seu controle da empresa no mercado.
O plano é fazer uma primeira oferta de 23 bilhões de reais em novas ações com direito a voto a ser emitidas pela companhia em um aumento de capital provavelmente no início do ano que vem, segundo o BNDES. O governo não compraria ações e teria sua participação diluída.
Ofertas subsequentes seriam realizadas de ações já detidas pelo governo até que a sua fatia caísse para 45%, o que poderá acrescentar um volume de mais 80 bilhões de reais à transação. Hoje o governo, incluindo o BNDES, tem uma fatia de 61% na empresa.
No modelo desenhado, o governo ficaria com uma “golden share”, o que lhe daria direito de veto. A operação ainda precisa ser aprovada pelo Tribunal de Contas da União, ou TCU.
A Eletrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A Laplace não quis comentar.
A transação foi aprovada nesta semana no Conselho do Programa de Parcerias de Investimento e segue em frente, apesar da crise política que pegou fogo, disseram as pessoas. O governo vai escolher um bom momento de mercado para vender, segundo as pessoas.
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