(Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 06h58.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2020 às 07h17.
São Paulo — Até onde vai a queda dos juros? A resposta será conhecida nesta quarta-feira, quando termina a primeira reunião de 2020 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O mercado precifica em 80% a chance de que a Selic seja cortada em 0,25 ponto percentual, dos 4,5% atuais para 4,25% – uma nova mínima histórica.
Na última reunião, em dezembro, o Copom deixou em aberto se começaria o ano com um novo corte ou interrompendo o processo de afrouxamento monetário. Desde então, foram divulgados vários dados decepcionantes de setores como indústria e serviços no final do ano passado, sugerindo que há espaço para aquecer ainda mais a atividade econômica.
Também apareceu um fenômeno novo: o coronavírus, gerando pânico nos mercados e incerteza sobre o crescimento da China, a maior parceira comercial do Brasil. O dólar também disparou, mas o pico das últimas semanas é vista como temporário e não desancorou as expectativas de inflação.
No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (02), a projeção de 2020 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, caiu de 3,47% para 3,40%. É uma margem confortável para choques, já que o centro da meta é de 4% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (5,5%) ou para baixo (2,5%).
No final de janeiro, em evento do Credit Suisse, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a depreciação do real acontece em um ambiente de queda do risco-país. Com uma gestão de comunicação elogiada e juros em baixa recorde, Campos Neto está fazendo a sua parte.