Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia (REUTERS/Grigory Dukor)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2015 às 11h06.
A Grécia, que vai adotar um novo programa de reformas em troca de um terceiro financiamento, deverá ficar em recessão este ano e no próximo, afirmaram hoje (12) fontes europeias.
A economia grega, que só em 2014 saiu de um longo período de recessão de seis anos, deverá ver o Produto Interno Bruto (PIB) cair 2,3% em 2015 e 1,3% em 2016, de acordo com fontes citadas pela Agência France Press.
O novo programa de assistência, que prevê um financiamento de 85 bilhões de euros em três anos, inclui medidas "duras, mas os sacrifícios vão ser repartidos com equidade", disse uma das fontes, acrescentando que o acordo é "muito completo e concebido para resolver os problemas do modelo econÔmico grego".
O programa prevê não apenas aumento de impostos, redução da despesa e reformas de fundo, mas também "medidas fortes para apoiar o crescimento", adiantou a fonte.
O ministro da Economia grego, Giorgos Stathakis, afirmou que prevê "pequena recessão" este ano e um regresso ao crescimento no próximo. De acordo com previsões de fontes europeias, a Grécia só deverá voltar ao crescimento em 2017, com um avanço do PIB de 2,7% e de 3,1% em 2018.
O acordo sobre os objetivos orçamentários da Grécia para o período 2015-2018 prevê que haja um déficit primário de 0,25% do PIB em 2015, antes de excedentes primários de 0,5% do PIB em 2017, de 1,75% em 2017 e de 3,5% em 2018, em vez de excedentes em todos os anos como era esperado anteriormente.
Os excedentes primários devem dar a Atenas certa margem de manobra para retomar o crescimento e para reduzir a dívida, que atinge atualmente 170% do PIB, ou seja 320 bilhões de euros, devendo chegar a 200% do PIB.
O Fundo Monetário Internacional, que ameaçou não participar da ajuda financeira à Grécia se nada for feito para reduzir essa dívida que considera insustentável, espera um gesto dos europeus.
As fontes questionadas hoje insistiram na necessidade de Atenas começar a aplicar as reformas até outubro, quando será feita uma primeira revisão do programa.
As medidas para aliviar o peso da dívida só serão tomadas "em uma fase posterior", disse uma das fontes.