Economia

Previsão do Focus de alta do IPCA 2024 passa de 3,90% para 3,87%; 2025 segue em 3,50%

Para 2025, por sua vez, a projeção de alta é de 3,50%, considerando 65 atualizações no período

Boletim Focus: Para 2025, por sua vez, a projeção de alta é de 3,50%, considerando 65 atualizações no período (Rmcarvalho/Getty Images)

Boletim Focus: Para 2025, por sua vez, a projeção de alta é de 3,50%, considerando 65 atualizações no período (Rmcarvalho/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 09h15.

Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 10h20.

A expectativa para a inflação de 2024 caiu no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 15. A projeção passou de 3,90% para 3,87%. Um mês antes, a mediana era de 3 93%. Para 2025, que também está no foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,50%, pela 25ª semana seguida.

Considerando as 68 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,83% para 3,85%. Para 2025, por sua vez, a projeção de alta é de 3,50%, considerando 65 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 28ª semana consecutiva - o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa também seguiu em 3,50%, como já está há 28 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. Na semana passada, o IBGE divulgou que o IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11 75% ao ano.

Projeção suavizada

Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, que oscilou de 3,88% para 3,87%, de 3,90% há um mês.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao Estadão/Broadcast que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.

Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.

Curto prazo

Os economistas revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta segunda. A mediana para janeiro de 2024 passou de 0,37% para 0,40%. Há um mês, a expectativa era de 0,39%.

Para o IPCA de fevereiro, a estimativa continuou em 0,65%, de 0 59% um mês antes. Já para março, a previsão para o indicador passou de 0,32% para 0,31%, ante 0,35% de quatro semanas atrás.

Acompanhe tudo sobre:Boletim Focus

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo