Economia de R$ 620 bilhões seria uma expectativa "mais razoável", segundo a pesquisa Morgan Stanley. No entanto, número é metade da meta de economizar R$ 1,237 trilhão com a reforma da Previdência (Valter Campanato/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 30 de abril de 2019 às 15h32.
Última atualização em 30 de abril de 2019 às 17h16.
Os investidores reduziram a expectativa de economia ao longo da próxima década com a reforma da Previdência para R$ 620 bilhões, contra R$ 690 bilhões apenas dois meses atrás, de acordo com a estimativa média de uma pesquisa com clientes da Morgan Stanley.
Embora 95% dos mais de 125 entrevistados esperem que o Congresso acabe aprovando a reforma da Previdência, a jornada lenta e complicada do projeto de lei nas últimas semanas forçou os investidores a reduzir suas expectativas.
Uma economia de R$ 620 bilhões seria uma expectativa "mais razoável", segundo o Morgan Stanley. Mas isso representaria apenas metade da meta revisada para cima de 1,237 trilhão de reais, anunciada no início deste mês pelo governo.
A estimativa média mais recente é 10% que a pesquisa anterior com clientes do Morgan Stanley em fevereiro e mascara algumas mudanças de opinião notáveis em apenas dois meses.
Agora, 42% dos entrevistados esperam uma economia de R$ 600 bi ou menos, mais que o dobro dos 20% de fevereiro, enquanto a porcentagem de entrevistados prevendo R$ 500 bilhões ou menos triplicou de 4% por cento para 12%.
A parcela daqueles que esperam uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 800 bilhões caiu para 16%, quase metade dos 29% em fevereiro, e a proporção de investidores que esperam mais de R$ 800 bilhões caiu de 18% para 11%, mostrou a pesquisa.
O grande aumento foi na faixa de uma economia de R$ 500 bilhões a 600 bilhões. Cerca de 30% dos entrevistados esperam agora esse nível de economia, quase o dobro dos 16% em fevereiro.
Os investidores esperam esmagadoramente que a Câmara dos Deputados aprove a reforma no segundo semestre deste ano. Apenas 5 por cento dos entrevistados esperam a aprovação na Casa antes do final de junho, meta que parlamentares e autoridades do governo do presidente Jair Bolsonaro ainda pretendem atingir.
Trinta por cento dos entrevistados disseram que a votação na Câmara ocorrerá em agosto, 23% falaram em setembro e 20 por cento citaram julho. Na última pesquisa, 39 por cento dos investidores esperavam uma votação na Câmara dos Deputados no primeiro semestre do ano, provavelmente em junho.
A pesquisa também mostrou que o otimismo dos investidores sobre o real diminuiu. Os clientes veem o real se fortalecendo um pouco até o final do ano, para 3,85 por dólar, de pouco menos de 4,00 atualmente, em vez de 3,60 na pesquisa anterior.