Economia

Previdência dos militares passa em comissão sob protestos

Reunião que analisa reforma da Previdência recusou a proposta que estendia gratificações a patentes mais baixas, além de aumentar valores

Militares: deputados analisam destaques ao texto-base da reforma previdenciária para agentes das Forças Armadas (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Militares: deputados analisam destaques ao texto-base da reforma previdenciária para agentes das Forças Armadas (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

R

Reuters

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 16h46.

Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 17h31.

Brasília —  comissão especial da Câmara dos Deputados que trata do projeto que altera as aposentadorias e reestrutura a carreira dos militares concluiu a votação da proposta nesta terça-feira.

Por tramitar em caráter conclusivo, a medida pode seguir direto ao Senado, a não ser que seja apresentado um recurso –com o apoio de ao menos 51 deputados– para levá-lo ao plenário da Câmara antes de encaminhá-lo aos senadores. A oposição já avisou que pretende lançar mão do instrumento para que o projeto não seja imediatamente encaminhado à outra Casa.

O texto-base do projeto já havia sido aprovado na última semana, mas faltava a análise de emendas. A primeira delas, apresentada na intenção de aumentar os ganhos militares e estendê-los a integrantes de patentes mais baixas, foi rejeitada por 18 votos a 10.

A rejeição da emenda provocou protestos na comissão, que chegou a ter sua reunião suspensa na tarde desta terça-feira.

Ao defender a emenda, o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), argumentou que a nova redação iria corrigir “imperfeições, erros e equívocos que aumentam a diferença dentro do corpo das Forças Armadas”. A oposição orientou pela aprovação desse destaque e já avisou que tem recurso preparado para levar a proposta ao plenário da Câmara antes que seja encaminhada ao Senado.

O líder do PSL na Casa, Vitor Hugo (PSL-GO), no entanto, disse que o projeto foi discutido entre o Exército e o Ministério da Economia, e que, apesar de concordar com a necessidade de melhorar os vencimentos para as Forças Armadas, “não é o momento de conceder aumento indiscriminado”.

Uma outra emenda que pretendia suprimir um trecho do texto foi rejeitada, outra prejudicada, e um outro destaque foi retirado.

As mudanças na reestruturação da carreira dos militares propostas no projeto trazem aumento de despesas para o governo de cerca de 102 bilhões de reais em dez anos, segundo informações encaminhadas pelo Ministério da Defesa à comissão especial. O valor inclui o impacto de adequações previstas nos pagamentos de ajudas de custo e de adicionais pagos após a realização de cursos, entre outros.

O Ministério estimou, por outro lado, uma economia de 111,93 bilhões de reais, também em dez anos, com mudanças previstas no texto, como o aumento da alíquota de contribuição previdenciária e cobrança de contribuição a alunos de escolas de formação, cabos e soldados, que hoje são isentos. Cerca de um terço da economia total projetada (33,3 bilhões de reais), no entanto, reflete uma projeção de redução prevista do efetivo.

 

 

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosMilitaresReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto