Aposentadoria: "Não esperamos uma avalanche nas captações, até porque os níveis de renda e de emprego não estão ajudando muito, mas deve acelerar com certeza" (AndreyPopov/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 17h08.
São Paulo - A proximidade de uma reforma do sistema público de previdência do Brasil deve ajudar a acelerar a captação líquida de recursos no mercado de previdência complementar em 2017, previu nesta sexta-feira o presidente da entidade que representa o setor, Fenaprevi, Edson Franco.
A previsão do órgão é de as captações neste ano avancem de 22 a 24 por cento. Para o ano que vem, a expectativa é de que o ritmo suba para pelo menos 25 por cento.
"Não esperamos uma avalanche nas captações, até porque os níveis de renda e de emprego não estão ajudando muito, mas deve acelerar com certeza", disse Franco durante encontro de executivos do setor de seguros com jornalistas.
A previdência complementar deve seguir como um dos carros-chefes do setor de seguros no país, que tem perdido força, mas ainda crescido, ao contrário da maioria dos setores da economia, atropelados pelos dois anos de recessão do país, disse o presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Coriolano.
"O mercado segurador conseguiu mostrar certa resiliência", disse Coriolano no encontro.
Segundo o executivo, o setor de seguros deve fechar 2016 com alta de cerca de 9 por cento no volume de prêmios emitidos. Para o ano que vem, quando se espera que o Brasil saia da recessão, a expectativa é de alta de 9 a 11 por cento.
Além da previdência, uma das apostas do setor para o ano que vem é a expansão do seguro-garantia, muito usado para grandes obras, diante da expectativa de que o governo federal deslanche um pacote de concessões de infraestrutura.
Na contramão, um segmento que deve seguir enfrentando dificuldades em 2017 é o de seguro automotivo, especialmente devido ao aumento do volume de roubos de carros em algumas regiões do país, o que deve resultar em alta dos preços das apólices.
"É uma situação difícil para as seguradoras", disse o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), João Francisco da Costa.
"O aumento das apólices parece inevitável, mas tem que ter cuidado porque isso também pode levar vários segurados a não renovar as apólices".
Segundo Costa, na cidade do Rio de Janeiro os relatos de roubos de veículos cresceram 63 por cento neste ano, segundo dados preliminares, ante 2015.