Economia

Prévia do PIB: melhora só em 2017

O Banco Central divulga nesta quinta-feira o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de agosto, considerado como a prévia do PIB no país, e as estimativas para o número não são boas. Analistas consultados por EXAME Hoje estimam que o índice tenha uma queda de 1,1% na comparação com julho, e uma retração maior ainda de 3% […]

INDÚSTRIA: o número de brasileiros desempregados deve chegar a 13,3 milhões de pessoas  / Wilson Dias/Agência Brasil

INDÚSTRIA: o número de brasileiros desempregados deve chegar a 13,3 milhões de pessoas / Wilson Dias/Agência Brasil

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 20h00.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

O Banco Central divulga nesta quinta-feira o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de agosto, considerado como a prévia do PIB no país, e as estimativas para o número não são boas. Analistas consultados por EXAME Hoje estimam que o índice tenha uma queda de 1,1% na comparação com julho, e uma retração maior ainda de 3% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Em julho o IBC-Br havia tido uma queda ligeira de 0,09%.

O resultado é um banho de água fria naqueles que acreditavam que a economia estaria a se recuperar. A crença era impulsionada por índices como a redução da inflação, como o IPCA que subiu 0,08% em setembro, a menor variação para o mês desde 1998 e a queda na taxa básica de juros (Selic), dada ontem pelo Comitê de Política Monetária.

Para Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, havia uma leitura de recuperação devida a esses índices, que não se confirma porque o cenário ainda é frágil, com um mercado de trabalho que não começou a se recuperar. “Não deveríamos esperar uma recuperação rápida. Ela é lenta, talvez até mais lenta do que imaginávamos”, afirma. De acordo com o economista, o segundo semestre ainda será o fundo do poço: ele estima PIB de -0,7% e -0,1% no terceiro e quarto trimestres e uma recuperação moderada só em 2017, com um avanço de 0,5% — abaixo até das estimativas de outros analistas que, na média do último Boletim Focus, estimam crescimento de 1,3% no PIB do ano que vem.

Os dados recentes divulgados esta semana sobre o panorama macroeconômico do Brasil confirmam o receio. A produção industrial voltou a cair em agosto 3,8%, depois de apresentar dois meses de pequenas altas. O setor de serviços viu as vendas caírem 1,6% em agosto, frente a julho, e as vendas no varejo também diminuíram 0,6% no mesmo mês — a queda chega em quase 2% se for contabilizado os setores de construção e de automóveis.

No horizonte, a situação parece melhor apenas em 2017, mas caminhamos para lá, em termos econômicos, a passos lentos. A pressa mesmo é apenas para que este ano de 2016 acabe logo.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto