Grupo Mateus: crescimento em mesmas lojas foi de 8,8% no 4º trimestre Foto: Leandro Fonseca (Leandro Fonseca/Exame)
Agência O Globo
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 09h40.
Última atualização em 26 de outubro de 2021 às 09h43.
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 1,20% em outubro, puxado pela alta da energia elétrica e bem acima da expectativa de mercado. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira.
É a maior alta para um mês de outubro desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).
Com o resultado de outubro, o indicador acumula alta de 10,34% nos últimos 12 meses. É um patamar bem acima da meta de inflação estabelecida pelo governo para este ano, que é de 3,75% com margem de tolerância de até 5,25%.
Analistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,97% no índice.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) mede as variações de preços entre os dias 15 de cada mês e, por isso, serve como uma prévia do IPCA, usado nas metas de inflação do governo.
A alta persistente da inflação tem feito o Comitê de Política Monetária (Copom) acelerar o ritmo de elevação da taxa Selic, a taxa de juros básica - hoje em 6,25% ao ano -, para tentar conter o avanço do indicador.
A expectativa dos analistas para a próxima reunião, que acontece nesta quarta-feira, é de que o Copom eleve a taxa pelo menos em um ponto percentual. Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar na semana passada que o teto de gastos seria furado para acomodar despesas com o programa social Auxílio Brasil, muito analistas já avaliam que a alta será de 1,25 ponto percentual.
Como uma alteração na Selic leva de seis a nove meses para chegar na economia real, o BC já admite que não vai conseguir cumprir a meta desse ano.
As projeções do mercado já estão bem acima do teto de tolerância da meta. O centro da meta de inflação, em 2021, é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Com uma alta disseminada entre os preços e a escalada sem trégua do preço dos combustíveis, economistas já esperam que a taxa de inflação feche o ano em dois dígitos.
Com a perspectiva de juros mais elevados, e inflação ainda persistente no ano que vem, a atividade econômica em 2022 deve perder fôlego.